ECONOMIA
Taxa de endividamento preocupa em Campina
Pesquisa mostra que muitos campinenses estão endividados e que rendimentos mensais não são suficientes para pagar dívidas.
Publicado em 16/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 15:52
Pesquisa aponta um índice preocupante nos indicadores socioeconômicos do município de Campina Grande. Das 402 pessoas entrevistadas, 27% afirmaram que estão endividadas e os seus rendimentos mensais não são suficientes para quitar as dívidas. O principal vilão para este indicador é o cartão de crédito. A maioria dos consumidores não consegue pagar o valor total da fatura.
A pesquisa, realizada nos dias 3 e 4 de maio e promovida pela Associação Comercial de Campina Grande (ACCG) e Sebrae, foi realizada pelo grupo 6Sigma. Este foi um dos parâmetros abordados da pesquisa que abordou a população que estava realizando compras no comércio de Campina Grande nos dias indicados, independente de serem moradores do município ou não.
A abordagem aleatória esteve presente em 15 pontos de fluxo do comércio no Centro da cidade, como também no Shopping Luiza Motta. De acordo com o diretor geral da pesquisa, Pedro Cézar, o nível de endividamento da população caracteriza-se por uma questão cultural. “Hoje o acesso ao crédito é muito mais fácil. Por isso as pessoas acabam perdendo o controle e gastam mais do que podem do seu salário. Como essa linha de crédito não era comum há alguns anos, muitas pessoas ainda precisam aprender a gastar, isso é uma questão cultural. O reflexo disso está na preferência das pessoas em comprarem utilizando o cartão de crédito, uma vez que 78,4% admitiram possuir pelo menos um cartão”, destacou Cézar.
Dentre outras amostragens, a pesquisa também indicou que 73,2% dos pesquisados estão satisfeitos com o atendimento das lojas campinenses, enquanto 60% afirmaram que tentaram poupar algum valor durante o mês de maio, e 95,5% apontaram a falta de estacionamento como o principal problema enfrentado pelo comércio. Segundo o diretor da pesquisa e Anchieta Bernardino, que é diretor financeiro da AACG, dentre estes números, o nível de satisfação merece atenção, uma vez que grandes empresas costumam atingir 95% de satisfação dos clientes para classificar como um atendimento satisfatório.
“Se formos analisar os números gerais, podemos classificar o atendimento como aceitável, uma vez que boa parte dos entrevistados classificaram como bom ou ótimo. Contudo, podemos dizer que de 100 consumidores, quase 30 não estão satisfeitos, o que aponta um alto índice. Por isso que as grandes empresas costumam atingir um nível de satisfação do consumidor entre 90% e 95%, o que mostra que nesse aspecto é preciso o comércio de Campina Grande se aprimorar”, disse.
COMÉRCIO DE RUA AINDA LIDERA PREFERÊNCIA
Um dos setores que prometem crescer mais nos próximos anos, com a construção de mais nove shoppings na cidade, além dos quatro em funcionamento, também foi abordado na pesquisa. Quando perguntado onde os consumidores realizam suas compras com maior frequência, 80,6% afirmaram que se dirigem às lojas do Centro, e ainda 14,1% nos shoppings. 5,3% não souberam responder.
Tal indicador foi destacado por Pedro Cézar como preocupante, uma vez que nos próximos anos a cidade deverá ganhar mais opções em compras, apesar de neste momento a população não se demonstrar consumidora assídua de shoppings. “Se vão abrir mais shoppings e a população ainda não se demonstra ser tão consumidora do segmento, alguém vai sobrar na curva, já que a grande população não costuma gastar nessas lojas o quanto gasta nos estabelecimentos do Centro, por exemplo”, acrescentou Pedro.
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