Aliados de Luiz Couto querem que MPE investigue eleições do PT

Phelipe Caldas

O Partido dos Trabalhadores, que sempre teve um histórico de rachas e crises internas na Paraíba, está cada vez mais destroçado desde que foi dado início ao Processo de Eleição Direta (PED) da legenda. Nesta quarta-feira (11), duas novas polêmicas envolveram a disputa e agora os aliados do deputado federal Luiz Couto (atual presidente da legenda que concorre à reeleição) ameaçam entrar com uma representação no Ministério Público Estadual contra as chapas encabeçadas pelo deputado estadual Rodrigo Soares (em âmbito estadual) e pelo secretário Alexandre Almeida (na esfera do diretório municipal de Campina Grande).

A acusação é a de que o governador José Maranhão (PMDB) e o prefeito campinense Veneziano Vital do Rego (PMDB) estariam cooptando petistas para apoiar estas duas chapas, compostas por petistas que defendem a aliança do PT e do PMDB nas eleições estaduais de 2010.

Segundo o superintendente do Sebrae-PB e petista histórico Júlio Rafael, trata-se de uma prática de desvio de recursos públicos para interferir em questões privadas. “No momento em que gestores usam o dinheiro público para interferir numa disputa interna de um partido, a lei está sendo frontalmente desrespeitada. E é isto o que o Ministério Público deve apurar”, destacou.

Ele disse, inclusive, que o deputado federal Luiz Couto tem em mãos uma lista de 50 nomes de petistas que hoje apoiam a candidatura de Rodrigo Soares e que ao mesmo tempo ocupam cargos de confiança na administração estadual. “É um número alto demais para a gente acreditar que se trata de uma coincidência”, opinou.

Na mesma linha, o candidato ao PT de Campina Grande, vereador Peron Japiassu, diz que o mesmo acontece em Campina Grande, quando Veneziano tenta viabilizar por meio da cooptação de petistas a candidatura de Alexandre Almeida, atual secretário municipal de Planejamento.

“Ele não tem nenhuma história com o PT e agora quer ser presidente da legenda em Campina Grande”, destacou. Também neste caso Júlio Rafael diz que se trata de compra de votos e reclama da ingerência do PMDB numa disputa interna do partido.