VIDA URBANA
Infraero denuncia: construções arriscam segurança no aeroporto
Em seminário da Infraero, prefeituras de João Pessoa, Bayeux e Santa Rita foram convocadas para responder sobre construções que põem segurança de voo em risco.
Publicado em 11/07/2011 às 17:29
Karoline Zilah
A segurança de voo no Aeroporto Internacional Castro Pinto, em Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa, pode ser colocada em risco devido a construções supostamente irregulares em seus arredores. A preocupação foi demonstrada pelo superintendente da Infraero no aeroporto, Alexandre Oliveira da Silva, durante entrevista ao Paraíba1 nesta segunda-feira (11).
Segundo ele, um mapeamento da Infraero detectou construções que futuramente podem por em risco a segurança da região, além de prejudicar a ampliação da infraestrutura e dos serviços do aeroporto. “Algumas das edificações encontradas que apresentam indícios de irregularidades são a de um campus da Universidade Federal da Paraíba em Santa Rita e a de habitações populares pelo programa Minha Casa, Minha Vida”, revelou.
Conforme o superintendente, os usuários de uma universidade, por exemplo, seriam prejudicados pela poluição sonora provocada pelas aeronaves. Já no caso do conjunto de residências populares, o muro do aeroporto estaria sendo usado como apoio para o fundo de algumas das casas. “Sem saneamento básico, essas casas vão acabar fazendo do aeroporto um escoadouro de esgotos, o que atrairia bichos para a região. Aves, como urubus, representam perigo de acidentes em casos de pousos e decolagens”, explicou Alexandre.
A Infraero apresentou a situação às Prefeituras de João Pessoa, Santa Rita e Bayeux e cobrou dos municípios uma análise da legalidade das contruções mapeadas, com base na situação dos alvarás concedidos. ”Num caso de ampliação do aeroporto, que já está em nossos planos, nós vamos ficar restritos devido às áreas já erguidas. Num eventual acidente aeronáutico, essas construções seriam um possível alvo”, alertou.
De acordo com Alexandre Oliveira, caso as construções estejam realmente legalizadas, a Infraero buscará alternativas para reduzir os riscos. Caso haja irregularidade, o órgão poderá pedir aos Ministérios Públicos a suspensão das obras e até a demolição delas. Apesar da possibilidade, segundo ele, as prefeituras demonstraram interesse em colaborar com as investigações.
“A situação é relativamente tranquila hoje, mas se não fizermos nada agora o aeroporto poderá ficar em condições restritas pela malha urbana da cidade e pelos riscos à população”, comentou o superintendente.
Os assuntos foram abordados no Seminário de Segurança de Voo na Paraíba ocorrido neste fim de semana com representantes dos Ministérios Público Estadual e Federal, além das prefeituras de João Pessoa, Bayeux e Santa Rita. O objetivo foi conscientizar as autoridades, empresas de limpeza urbana, administradores de aterros sanitários, órgãos ambientais e comunidades vizinhas sobre as consequências dos assentamentos desordenados no entorno do aeroporto.
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