icon search
icon search
home icon Home > política
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

POLÍTICA

Margareth quer colocar UFPB entre as melhores

A professora Margareth Formiga Diniz assume o cargo de reitora com a determinação de colocar a universidade entre as melhores do país.

Publicado em 18/11/2012 às 8:00

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) terá pela primeira vez na sua história uma mulher no comando da instituição. A professora Margareth Formiga Diniz, que tem 28 anos de UFPB, assume o cargo de reitora com a determinação de colocar a universidade entre as melhores do país. Durante a campanha, ela foi acusada de contar com o apoio do governador Ricardo Coutinho (PSB). A reitora nega qualquer vinculação político- partidária e diz que o seu único partido é a Universidade Federal da Paraíba. Na última quarta-feira, ela recebeu a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA para uma conversa sobre como será o seu reitorado


JORNAL DA PARAÍBA - A senhora já tomou pé da situação da UFPB?


ENTREVISTADA - Não. Mas eu já pedi aos pró-reitores que eu já anunciei que eles entrassem em contato com os administradores anteriores para que a gente possa fazer um diagnóstico da nossa instituição. A partir daí, eu quero nos próximos 100 dias mostrar já algumas ações nossas. Mas antes disso eu vou apresentar à comunidade universitária e à sociedade, a universidade que nós recebemos e a que nós pretendemos que ela seja.


JP - Como não foi possível a transição, a senhora pensa em pedir uma auditoria na universidade?


ENTREVISTADA - Na verdade eu preciso de um diagnóstico. O professor Eduardo Rabenhorst, o vice-reitor, junto com outros professores advogados do CCJ (Centro de Ciências Jurídicas), está dando esse encaminhamento para que a gente tenha as informações reais do que foi feito na gestão anterior, para que a partir daí a nossa responsabilidade comece.


JP - A senhora tem informações de que haveria indícios de irregularidades na gestão passada?


ENTREVISTADA - Não tenho porque não houve absolutamente nenhuma transição. A eleição foi no dia 16 de maio e o segundo turno no dia 6 de junho e, até hoje, foi só esse embate jurídico para que se fizesse justiça. Sempre digo que ganhamos no voto e na lei e por justiça, porque há de se valer a vontade da maioria da UFPB.


JP - Como a senhora avalia o processo de judicialização da eleição na UFPB?


ENTREVISTADA - A judicialização foi necessária. Eu digo que ninguém está isento do controle da legalidade. Não fosse a solicitação à Justiça, certamente hoje não estaríamos aqui. Inclusive quando da minha posse lá no Ministério da Educação, eu dizia ao ministro [Aloizio] Mercadante que certamente essa será a única vez que isso vai acontecer na instituição porque vamos prezar pela democracia e fazer valer sempre a vontade da maioria.


JP - O ministro da Educação comentou sobre a sua eleição na UFPB?


ENTREVISTADA - O ministro pediu que trabalhássemos em prol da universidade, que eu não era mais reitora de um grupo, nem de um segmento, mas de todos, e eu disse a ele que ele ia ter muito orgulho da instituição porque estamos com muita vontade de trabalhar.


JP - Na campanha, a oposição acusou a senhora de ter o apoio político do governador Ricardo Coutinho. Isso realmente aconteceu?


ENTREVISTADA - Não é verdade. Eu digo que faltou à oposição propostas e por causa disso perderam a eleição. Eu acho que o debate aqui na universidade era propositivo, de apresentar o que nós queríamos da universidade daqui para frente. Durante toda a campanha surgiram denúncias de que havia ônibus do Estado à nossa disposição, de que o governador tinha dado recurso financeiro. Não tem nenhum fundamento de verdade nisso. O apoio que eu tive foi dos três segmentos da instituição e da sociedade como um todo. Agora nós faremos, sim, e precisamos fazer parcerias não só com o Estado, mas com os governos municipais da Paraíba e com o governo federal.


JP - A senhora fala em parcerias e não em vinculações políticas com esses grupos?


ENTREVISTADA - Absolutamente, até porque eu não tenho nenhuma filiação político-partidária. Eu sempre dizia que no nosso comitê de campanha, tínhamos muitas pessoas filiadas a diversos partidos políticos, mas o compromisso que nos unia era com a UFPB. Portanto, o nosso partido é a UFPB.


JP - Quais as dificuldades que a senhora prevê que vão acontecer na sua gestão?


ENTREVISTADA - É com o programa Reuni, do qual a universidade nos últimos anos recebeu muitos recursos, cerca de R$ 300 milhões. O Reuni se encerra e nós não sabemos da perspectiva do governo federal, se vai ter um Reuni 2 ou não. Nesse contexto, a gente tem que ser muito realista, muito pé no chão, para a gente trabalhar a qualidade da UFPB. Pretendemos reposicionar a nossa universidade dentre as melhores universidades do Nordeste e do Brasil. A palavra de ordem é trabalho e trabalho, e eu estou com vontade de assim fazer para que possa dar a minha contribuição à UFPB.


JP - O seu antecessor, Rômulo Polari, declarou que deixou um relatório com todas as informações sobre a situação da UFPB. A senhora já pôs as mãos nesse relatório?


ENTREVISTADA - A mim não foi entregue nenhum relatório. Eu peguei um esboço de algumas informações do diretor do CCS (Centro de Ciências da Saúde), que na última reunião do conselho técnico-administrativo da UFPB foi distribuído com todos os diretores. Mas a mim, nem à nossa equipe pessoalmente isso não foi feito.


JP - Qual será a marca da sua administração?


ENTREVISTADA - Qualidade. Eu digo que nós quantificamos a nossa UFPB, nós passamos de 50 para mais de 100 cursos; passamos de 15 mil para mais de 40 mil estudantes. É necessário consolidar os cursos novos criados, queremos competir, não quantitativamente, mas qualitativamente. A marca do nosso reitorado é mudar para qualificar.


JP - Como a senhora pretende administrar o orçamento da UFPB?


ENTREVISTADA - As pessoas sempre falam que o orçamento da UFPB é um dos maiores do Estado, mas há de se entender que R$ 900 milhões de R$ 1 bilhão e 100 milhões recebidos são para pagamento de folha de ativos e inativos. Eu digo que além desse orçamento, é preciso buscar recursos extraorçamentários. E já lá em Brasília eu falei com os políticos do nosso Estado e todos estão dispostos a nos ajudar, ajudar a universidade.


JP - Com relação às dívidas da universidade, que informações a senhora tem?


ENTREVISTADA - Absolutamente nenhuma. Não posso dizer agora o que foi feito e o que deixou de ser feito. Espero que já na próxima semana possamos dispor desse relatório.


JP - Como é que a senhora vê a expansão da universidade versus cursos precários?


ENTREVISTADA - Em vez de fazer a discussão de expandir mais a UFPB, vamos consolidar os cursos criados. Com um corpo docente qualificado, com servidores no quantitativo que temos, aptos para a capacitação. Não é possível que essa universidade não vá transitar no eixo da qualidade. Vamos trabalhar na criação dos cursos de mestrado para os servidores técnico-administrativos, na melhoria da infraestrutura do ensino, na atenção e no apoio aos estudantes. Temos recursos extraorçamentários para isso e serão muito bem utilizados.


JP - Como a senhora vê a questão do Hospital Universitário ser gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)?


ENTREVISTADA - Essa discussão há de ser feita. Não adianta eu dar o meu posicionamento individual. Mas eu digo que agora, como reitora da UFPB, vamos abrir esse debate participativo, democrático, transparente e aí o conjunto da UFPB vai decidir se quer aderir à Ebserh ou não. Vamos trazer pessoas de outras instituições que aderiram à empresa e que não aderiram. Vamos discutir para, na sequência, decidirmos e encaminharmos ou não o termo de adesão à Ebserh. Mas uma coisa eu digo: o Hospital Universitário é um órgão suplementar da reitoria e terá todo o nosso apoio. É um hospital de fundamental importância não só para a nossa capital, para o ensino, para a pesquisa e extensão, mas também na assistência à sociedade.


JP - Pelo fato de ser mulher, a forma de gerenciar a universidade terá algum diferencial?


ENTREVISTADA - Não é uma mulher reitora, é uma reitora mulher, que com os homens e mulheres de bem da instituição, quer fazer diferente. Talvez seja esse diferencial, da sensibilidade feminina, de ouvir, de transitar e de trabalhar muito o diálogo, talvez isso possa fazer a diferença.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp