COTIDIANO
População pede mais segurança na Zona Sul da capital
Moradores dos Bancários revelam que se sentem cerceados pela violência constante.
Publicado em 24/06/2015 às 7:15
Cansados da crescente onda de violência vivenciada no bairro dos Bancários, moradores elaboraram uma petição pública e estão recolhendo assinaturas cobrando medidas de segurança mais enérgicas no bairro e adjacências. Segundo residentes do local, a insegurança não é novidade, contudo o sequestro ocorrido na rua Rosa Lima dos Santos seguido de estupro e morte tornou a situação insustentável.
A idealizadora da petição, que preferiu não se identificar, explicou que a iniciativa foi proposta diante dos casos de violência que têm acontecido no bairro dos Bancários e adjacências. “Eu já fui assaltada e conheço diversas pessoas que já foram. Participo de um grupo na internet onde diversas pessoas contam relatos de assaltos e sempre comentam que precisávamos tomar alguma medida mais enérgica”, explicou, revelando que o intuito é atingir um alto número de assinaturas e protocolar a petição junto à Secretaria de Segurança e ao governo do Estado.
No texto, que pode ser acessado e assinado por meio do link http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR82698, os moradores revelam que se sentem cerceados pela violência constante. No documento, eles pedem policiamento preventivo integrado, melhorias nas condições físicas, psicológicas e materiais dos policiais; e mobilização de esforços para a implantação de uma delegacia no bairro dos Bancários, visto que o local é atendido pela 9ª Delegacia Distrital de Mangabeira. Até o fechamento desta edição, 400 pessoas já tinham assinado a petição.
POPULAÇÃO INSEGURA
Uma vítima recente da violência no bairro foi Maria da Silva (fictício). Ela voltava da faculdade com duas amigas na última segunda-feira quando foi abordada por um homem armado. “Fui assaltada em frente à minha casa e fico pensando que ele podia ter entrado e acabado fazendo algo pior”, lamentou.
Na rua Rosa Lima dos Santos, onde ocorreu o sequestro de Caroline Teles, 31 anos, seu filho de nove meses e a amiga Glória Silva, 42, no último sábado, o clima de tranquilidade engana. Conforme a comerciante Valesca de Lima, não são incomuns relatos de pessoas assaltadas na região.
Sobre o policiamento, a reportagem procurou o tenente-coronel Sena, que é responsável pela área. Mas até o fechamento desta edição as ligações não foram atendidas.
A enfermeira Caroline Teles, 31 anos, foi deixar a amiga Glória Silva, 42, na casa dela, também nos Bancários, quando foi abordada por dois homens. Um entrou no carro, em que ainda estava o filho de Caroline, de nove meses, e as obrigou a dirigir até o município de Goiana, em Pernambuco. Lá elas foram estupradas e espancadas. Em seguida, os bandidos passaram com o veículo por cima delas. Glória não resistiu e morreu, Caroline sobreviveu após se fingir de morta e a criança foi encontrada amarrada dentro da mata. O enterro de Glória Silva estava previsto para acontecer ontem na cidade de Juazeiro, na Bahia.
O superintendente da Polícia Civil da Paraíba, Marcos Paulo Vilela, informou que ainda não há novidades sobre o caso e pediu para que a população colabore através do Disque Denúncia 197.
Saiba mais
Ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), emitiu uma nota pública de repúdio pelo crime, afirmando que acompanhará as investigações e designará representantes para dar apoio às famílias das vítimas. Na nota, a entidade classificou o crime como 'brutal' e 'bárbaro', destacando que isso denota a necessidade de “punições mais rígidas contra a violência de gênero, que possui dados alarmantes em nosso Estado”.
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