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VIDA URBANA

Arlinda Marques adia as cirurgias eletivas

Pouca quantidade de anestesistas na instituição fizeram a direção do hospital priorizar cirurgias de emergência.

Publicado em 10/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 16:08

Cerca de 170 famílias, segundo estimativa do Conselho Tutelar Região Norte, estão sofrendo com a demora na realização de cirurgias no Hospital Arlinda Marques. Devido à pouca quantidade de anestesistas na instituição, a direção da unidade priorizou as operações de emergência e adiou as cirurgias eletivas (feitas em casos em que não há risco iminente de morte do paciente).

Houve remarcações e algumas crianças já esperam há quase dois anos para entrar no bloco cirúrgico. Além de sofrer com os problemas de saúde, esses pacientes estão perdendo aulas. Ministério Público da Paraíba (MPPB) já está acompanhando o caso.

Segundo o conselheiro tutelar da Região Norte, Luiz Brilhante, a situação é motivo de preocupação. “Algumas mães procuraram o Conselho, em busca de ajuda. São muitas crianças precisando de operações e que estão faltando à escola. Estamos fazendo um relatório para encaminhar ao MPPB, pedindo a realização de audiência pública para tratar o assunto”, destacou.

O filho da dona de casa Maria Gabriela Rodrigues também aguarda uma operação. O menino tem dois anos e nasceu com seis dedos em cada mão. Ele ainda precisa fazer cirurgia para reduzir o tamanho de um dedo de cada pé. “Ele foi operado em março deste ano, mas ficou pela metade. O médico operou as mãos e um pé. Iria operar o outro pé em agosto, mas a cirurgia não aconteceu”, disse a mãe.

O promotor dos Direitos da Saúde, Flávio Wanderley, disse que cobrou explicações à direção da unidade de saúde e recebeu a informação de que a demora na realização das cirurgias é resultado da pouca quantidade de anestesistas. “Por decisão judicial, o Arlinda Marques terminou o contrato com uma cooperativa de anestesistas em agosto e, com isso, o número de especialistas ficou reduzido. O hospital disse que vai contratar anestesistas de forma individual, mas é preciso aguardar o resultado de uma consulta que os próprios médicos fizeram ao CRM (Conselho Regional de Medicina da Paraíba)", destacou.

O diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Tavares, afirmou que a entidade não possui competência para interferir nessa situação, porque o Conselho não fiscaliza vínculo empregatício de médico.

Já o diretor do Arlinda Marques, Cláudio Régis, acrescentou que, após a rescisão de contrato com a cooperativa, o Estado ofereceu uma proposta aos anestesistas, mas a oferta não foi aceita. “O Estado propôs pagar aos médicos os mesmos valores repassados à cooperativa. Esse pagamento seria feito por meio de CPF (Cadastro da Pessoa Física) por prazo de três meses até que fosse encontrada outra forma de contratação.

Mas os médicos não aceitaram e deixaram o hospital no dia 7 de setembro”, lamentou. “Um grupo de anestesistas voltou ao trabalho e está garantindo o atendimento dos casos de média e alta complexidade”, disse.

Ainda de acordo com Régis, na próxima semana será iniciado um mutirão de cirurgias em que 30 crianças com problemas cardíacos serão operadas. Após o mutirão, a direção fará um cronograma para atender os pacientes de baixa complexidade.

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Jornal da Paraíba

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