POLÍTICA
Em depoimento, empresário confirma pagamento de propina a Berg Lima
Segundo advogado do prefeito afastado de Bayeux, José Paulino de Assis mentiu descaradamente e não tem provas.
Publicado em 07/12/2017 às 10:45 | Atualizado em 07/12/2017 às 12:48
A Comissão Processante que investiga o prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (sem partido), ouviu na quarta-feira (6) três testemunhas de acusação. O principal depoente foi empresário José Paulino de Assis, que aparece em vídeo entregando dinheiro ao gestor. Na Câmara Municipal, ele reafirmou que os valor seria um pagamento de propina. A defesa de Berg afirma que Paulino mentiu durante depoimento e deixou claro q ue não tem provas contra o prefeito. Dois policiais civis que atuaram na prisão de Berg também foram ouvidos.
A gravação da conversa entre Berg e Paulino fez com que o prefeito ficasse preso por quase cinco meses. Ele foi solto na semana passada após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na Câmara, Berg responde por infração político-administrativa.
O presidente da Comissão Processante, vereador Jeferson Kita (PSB), disse que Paulino foi indagado sobre o dinheiro entregue a Berg Lima e ele negou a versão apresentada pela defesa do prefeito, de que seria o pagamento de um empréstimo. “Ele confirmou que o dinheiro era propina, que Berg pediu para poder autorizar os pagamentos da prefeitura”, ressaltou.
Kita afirmou, no entanto, que Paulino entrou em contradição durante o depoimento. Ao ser perguntado se em algum momento havia pedido dinheiro emprestado a Berg ou a algum auxiliar da prefeitura, ele negou. Mas, após a apresentação de provas por parte da defesa do prefeito, acabou mudando a versão e confirmando que solicitou empréstimos.
Segundo o advogado Raoni Vita, que representa Berg Lima, o empresário José Paulino “mentiu descaradamente” em diversos momentos, “tendo imediatamente sido confrontado com provas cabais e documentais das inverdades”.
Vita destacou também que Paulino afirmou que não possui qualquer prova da suposta extorsão feita por Berg Lima e que o único elemento existente é seu testemunho e o vídeo. Essa informação também foi confirmada por Jeferson Kita. “Ele disse que quando procurou o Ministério Público não tinha nada de provas, aí foi feito o combinado da ação controlada para que houvesse o flagrante”, pontuou o vereador.
Próximos passos da comissão
O vereador Jeferson Kita explicou que a Comissão Processante está entrando na sua fase final. Na próxima segunda-feira (11) vão ser ouvidas seis testemunhas de defesa e o próprio prefeito Berg Lima. “Temos a expectativa de uma audiência bastante demorada”, disse.
Depois disso, a relatora do processo, a vereadora França (Podemos), tem um prazo de 10 dias para apresentar o parecer. O relatório vai ser votado no órgão colegiado e depois levado ao plenário. A decisão precisa ser aprovada por uma maioria qualificada, que é de 12 votos. A Câmara de Bayeux é formada por 17 vereadores, o que quer dizer que se Berg conseguir seis votos a seu favor, escapa de uma possível cassação.
A defesa de Berg está confiante que o prefeito vai ser considerado inocente ao término do processo. “ Jamais houve qualquer propina paga ou extorsão por parte de Berg, sendo tudo fruto de uma trama montada com o objetivo único de afastá-lo do cargo conquistado democraticamente nas urnas”, declarou Raoni Vita.
Comentários