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VIDA URBANA

Ronco é problema para metade dos brasileiros

Distúrbio está relacionado a obesidade, obstruções do nariz e dificuldade em relaxar.

Publicado em 03/06/2012 às 18:31


Uma boa noite de sono influencia em nossa disposição, memória, humor, atenção, perda de peso e até na vida sexual.

Entretanto, estudos mostram que cerca de metade da população brasileira tem distúrbios do sono. Um dos principais problemas é o ronco, que atinge cerca de 40% a 60 % da população adulta, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

O ronco pode ser associado à obesidade, obstruções nasais, cansaço ou outro fator que contribua para o relaxamento da região do palato mole (“céu da boca”), principal região associada à origem do ronco. O relaxamento da região palatal é causado, geralmente, pelo consumo de alimentos pesados e bebidas alcoólicas antes de dormir e pelo uso de medicamentos com substâncias relaxantes.

Uma nova tecnologia desenvolvida no Brasil promete combater de forma bastante eficaz o problema do ronco na população. A Injeção Roncoplástica é um método que começou a ser estudado em 2004 e agora já é utilizado no país. O otorrinolaringologista Fábio Lorenzetti, membro do Comitê de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF) e idealizador da pesquisa, explica como o tratamento funciona.

“Quando tratamos o ronco palatal, aplicamos no palato mole uma injeção com uma substância que causa o enrijecimento da região, diminuindo a vibração do local e trazendo consequentemente a melhora no ronco”, diz. “No Brasil, não tínhamos nenhum tratamento semelhante e, por isso, tivemos a ideia de desenvolver esse método. Alcançamos ótimos resultados, atingindo taxas de sucesso de até 85%”, completa o especialista.

Um dos fatores que tem contribuído para a incidência de distúrbios do sono e, principalmente, do ronco no Brasil é a obesidade. De maneira geral, os brasileiros estão engordando cada vez mais devido aos maus hábitos alimentares. Pessoas obesas estão mais propensas a síndrome de apneia do sono, definida como uma série de paradas respiratórias durante o sono.

Quem sofre de apneia do sono apresenta problemas para perder peso, dificuldade metabólica, sonolência, preguiça para fazer atividade física, além do risco maior de infarto, derrame e AVC.

Estudos revelam que a apneia do sono atinge 30% dos brasileiros. Apenas na cidade de São Paulo, esse mal afeta cerca de 33% da população.

No entanto, todo procedimento novo deve ser tratado com bastante cautela. Segundo Fábio Lorenzetti, a Injeção Roncoplástica não é aconselhada para pessoas obesas, com obstrução respiratória (na laringe ou na faringe) e que apresentem doenças que comprometem a capacidade de cicatrização, como a diabetes. Esses casos podem ser tratados com outros métodos.

Lorenzetti afirma ainda que o otorrinolaringologista é o profissional mais adequado para tratar e orientar o paciente com distúrbios do sono. “Dentre outros especialistas, o otorrinolaringologista é o único que poderá auxiliar o paciente, utilizando métodos cirúrgicos e clínicos. Ele poderá avaliar também qual tratamento é o mais adequado e onde é possível encontrar esse tratamento”, conclui.

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Jornal da Paraíba

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