ECONOMIA
Após superar R$ 2,60, dólar fecha em baixa com ação intensa do BC
Banco Central fez cinco intervenções no mercado nesta sexta-feira. Na semana, moeda americana acumulou alta de 7%.
Publicado em 05/12/2008 às 16:32
Do G1
Em um dia de forte oscilação nas cotações, o dólar terminou em baixa as negociações desta sexta-feira (5). O pregão foi marcado pela intensa ação do Banco Central no mercado, revertendo a alta inicial da divisa, que chegou a superar o patamar de R$ 2,60 durante a sessão. No final, o dólar fechou cotado a R$ 2,479, com baixa de 2,24%. Na semana, a moeda teve valorização acumulada de 7,0%.
Ao longo da sessão, o BC realizou cinco intervenções no mercado. A autoridade monetária fez três leilões de venda de moeda à vista durante a manhã. Como de costume, o BC não revelou os valores da operação.
Durante a tarde, o Banco Central atacou no mercado futuro, fazendo dois leilões de "swap" cambial. No primeiro, o BC vendeu 19.420 contratos, com volume equivalente a US$ 952 milhões. No segundo, foram vendidos 7.800 contratos, de uma oferta de até 10.580. O volume da operação foi de US$ 374,9 milhões.
Especulação
Parte da alta é a atribuída à saída de recursos do país, mas a fatia maior da valorização é apontada como especulação contra o real. Os detentores de posições compradas (apostas contra o real) no mercado futuro estão forçando o preço para cima e testando a disposição do Banco Central em ofertar contratos de swap para que eles possam rolar suas posições.
Ontem, o BC ofertou 10 mil contratos de swap após o final do pregão à vista. Segundo a NGO Corretora, a operação, pouco usual, pode ser encarada como um teste do BC, que quis sentir a demanda do mercado e verificar a consistência do movimento especulativo.
Ainda de acordo com NGO, não há no mercado à vista, por onde transitam os negócios reais da economia brasileira, nenhuma demanda por moeda desassistida pelo Banco Central que possa fundamentar pressões sobre a formação do preço do dólar. E isso reforça a idéia de movimento especulativo.
Câmbio flutuante
Durante o dia, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a reafirmar que a política de câmbio flutuante continuará. "O Banco Central não tem meta para a taxa de câmbio, nem defende cotações específicas", afirmou, durante almoço da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Na quinta-feira, o presidente do BC disse que a autoridade monetária gastou, até o fim de novembro, US$ 6,7 bilhões de suas reservas em vendas diretas de câmbio no mercado. Somadas, todas as formas de intervenção do BC no mercado de câmbio já totalizam US$ 49,5 bilhões.
Comentários