COTIDIANO
Força Aérea mata 35 civis no Iraque
Segundo governo da Turquia, vítimas eram civis que trabalhavam como contrabandistas, mas foram confundidas por pilotos como sendo guerrilheiros curdos do PKK.
Publicado em 30/12/2011 às 8:00
O governo da Turquia confirmou ontem que as 35 pessoas mortas em um ataque de sua Força Aérea no Iraque eram civis que trabalhavam como contrabandistas, e que os pilotos os confundiram com guerrilheiros curdos do PKK (Partido de Trabalhadores do Curdistão).
"De acordo com as informações recebidas pelo escritório do governador de Sirnak e outros representantes do Estado, [as vítimas] estavam praticando o contrabando de tabaco", admitiu Hüseyin Çelik, vice-presidente do partido governamental AKP em um discurso transmitido pela TV.
Çelik explicou que a Força Aérea tinha bombardeado contrabandistas em um "acidente operacional", acreditando que eles eram guerrilheiros do PKK. De acordo com a agência de notícias privada turca Dogan, alguns aviões não tripulados descobriram o grupo de pessoas na região de Uludere entre o fim da noite passada e o início da madrugada de ontem, e o Exército da Turquia decidiu atacá-los nas primeiras horas de ontem com caças-bombardeiros F16.
As autoridades locais já admitiam no início do dia que as vítimas contrabandeavam açúcar e combustível para a Turquia e podem ter sido confundidas por rebeldes do PKK. Os serviços de segurança locais confirmaram o bombardeio. As autoridades turcas afirmaram que o incidente ocorreu no lado iraquiano da fronteira.
O Exército turco costuma bombardear redutos de rebeldes curdos na região, como parte do confronto com o grupo armado PKK, e vem intensificando as operações na área desde agosto.
Os insurgentes do PKK utilizam suas bases no norte do Iraque para executar ataques contra alvos no território da Turquia.
O governo turco executou uma operação ao norte do Iraque em outubro, depois que o PKK matou 24 soldados na localidade de Cukurca, no ataque mais violento contra o Exército do país desde 1993. O PKK, considerado terrorista por vários países, iniciou uma luta armada em 1984. O conflito já provocou 45 mil mortes.
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