BICHOS
Bica vira habitat de diferentes espécies nativas de outros países
Alguns animais foram vítimas do tráfico e outros têm deficiências que os impossibilitam de voltar à natureza.
Publicado em 06/05/2024 às 13:26 | Atualizado em 06/05/2024 às 13:38
O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, vem se notabilizando nos últimos tempos pelas espécies nativas de outros países que foram encaminhados para o local por órgãos competentes, a exemplo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Alguns foram vítimas do tráfico de animais e outros têm deficiências que os impossibilitam de voltar à natureza. Na Bica, eles são tratados por especialistas e os cuidados adequados.
As leonas Mimi e Leona são espécies nativas do continente africano. A primeira é moradora recente da Bica – chegou ao local no ano passado, vinda do estado de Teresina. Já Leona nasceu no Parque em 2006. De nome científico Panthera leo, elas se alimentam diariamente de mais de cinco quilos de carne.
“Além de um recinto grande, que segue as normativas do Ibama, usamos enriquecimento ambiental para que Mimi e Leona ocupem seu tempo. São atividades que usam a própria comida, ervas ou cheiros de outros animais, tudo para estimular a mente dos animais”, explica a bióloga Helze Lins, que trabalha há 36 anos na Bica.
As serpentes Piton – Raj, Bahuan, Alagoana e Jeni – são espécies originárias do Sudeste e Sudoeste da Ásia, habitando florestas tropicais úmidas e pântanos. Alagoana chegou ao Parque há uma semana, vinda de apreensão realizada pelo Ibama.
De nome científico Python molurus, o grupo não exige tanto espaço para viver, pois passa dias digerindo o alimento. A alimentação delas é feita de presas abatidas, como frango, coelhos e ratos maiores, a cada 25 dias.
A Panterophis guttatus, mais conhecida como Corn snake ou cobra do milho, é uma espécie originária do Sudeste dos Estados Unidos. “São animais geralmente dóceis, que não apresentam a dentição inoculação de veneno. Elas se alimentam de ratos e camundongos”, explica a bióloga.
Já a Kingsnake é originária do Sudoeste dos Estados Unidos e Noroeste do México. De nome científico Lampropeltis getula, a espécie habita florestas, pântanos, pastagens e desertos e também se alimenta de camundongos e ratos. Nem a Corn e nem a King receberam apelidos. “Não são os tratadores que dão nome aos animais. Às vezes, os animais já chegam à Bica com um nome, outros fazemos concurso para a população escolher o apelido e, em outros casos, os técnicos escolhem”, conta Helze Lins.
As tartarugas da orelha vermelha são as representantes aquáticas da América do Norte. Elas passam a maior parte do tempo na água, saindo apenas ao sol para realizar a termorregulação. De nome científico Trachemys elegans, elas se alimentam de vegetais e proteínas animais.
Por fim, há o casal Flecha e Anastácia, que são Macacos da Savana e encerram a lista de animais exóticos que vivem na Bica. Os primatas são originários da África, encontrados na Etiópia, no Sudão e na Guiné. Eles são onívoros, que comem vegetais, proteína animal e ração de primatas. “Todos os animais recebem enriquecimento ambiental semanal e os recintos são ambientados de acordo com o hábito de cada espécie, visando o bem-estar dos indivíduos”, destaca a bióloga.
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