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BICHOS

Disfunção erétil ainda é tabu para homens de todas as idades

Nos consultórios, problema ainda é relatado com dificuldade. Demora na busca por auxílio médico pode comprometer tratamento.

Publicado em 06/03/2016 às 10:00

Acontece mais ou menos assim: o homem chega calado ao consultório, conversa sobre uma coisa, divaga sobre outra, até tomar coragem de contar ao médico urologista o que realmente o incomoda: a suspeita de disfunção erétil. Para a maioria dos homens, é um assunto delicado, praticamente um tabu, afirmam os especialistas. A demora em procurar ajuda médica pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento, o qual pode, inclusive, descobrir doenças que estavam ocultas.

O médico urologista Fábio Martinez explica que para muitos homens, a decisão de procurar ajuda para esse problema é muito difícil. E, não raro, o paciente só aborda o assunto quando se sente seguro em relação ao profissional que o acompanha. “Alguns comparecem à consulta sozinhos e relatam dificuldade na relação sexual, sendo comum a crise no casamento. Outros vêm com a companheira, e nesse caso o tratamento costuma ser mais tranquilo e eficaz”, destaca. Há ainda os casos dos pacientes em tratamento de câncer de próstata que procuram o médico para resolução da disfunção na ereção.

Outra situação bastante comum, segundo o médico, é o paciente que vai ao consultório, relata uma série de outros problemas e só ao final da consulta, ou até em consultas subsequentes, revela o verdadeiro incômodo, que é a sexualidade. Embora mais da metade dos casos acometa homens acima dos 70 anos, pacientes mais jovens também podem ter disfunção erétil – menos de 2% dos homens abaixo dos 25 anos e 40% na faixa etária dos 40 e 70 anos.

De acordo com o médico, as razões para que os homens procurem um especialista são variadas. “Vão desde a complexidade da sexualidade, os tabus, as restrições culturais, a ignorância em relação aos tratamentos eficazes, até a aceitação da situação como uma consequência normal do envelhecimento. Porém, deixo claro que o envelhecimento, por si só, não causa tal problema, mas ocorre uma mudança na sexualidade que deve ser compreendida e aceita pelo paciente”, declara.

O sintoma mais comum da disfunção erétil é a incapacidade persistente de obter e/ou manter uma ereção peniana suficiente para uma atividade sexual satisfatória. “É importante salientar a palavra persistente, uma vez que todo homem é susceptível a uma falha eventual, e nem por isso é portador de disfunção erétil”, explica Martinez.

Segundo o urologista, a medicina avançou bastante no que diz respeito ao tratamento do problema. “Hoje dispomos de psicoterapia, medicações que facilitam ereção cujo precursor é o Viagra, reposição hormonal, injeções penianas, bombas de vácuo, prótese peniana, dentre os mais frequentes”, destaca.

O paciente precisa passar por uma avaliação detalhada para que o médico possa apontar o melhor tipo de tratamento para o sucesso na terapêutica. O tratamento e a eficácia vão depender do que está causando o problema.

Além dos fatores de risco (veja quadro), o fator psicogênico também pode ser a causa primária ou um fator associado à piora do quadro. “Uma causa importante atualmente é a impotência que ocorre após o tratamento de câncer de próstata (cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal), estando entre as mais temidas”, frisa Martinez. Ele lembra que tabagismo, diabetes e hipertensão sem controle adequado estão entre as principais causas no consultório.

Fatores de risco para a disfunção erétil
- Alterações hormonais;
-Tabagismo;
- Diabetes mellitus;
- Doenças cardiovasculares e hipertensão arterial sistêmica;
- Outras doenças crônicas;
- Medicamentos vasodilatadores, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, antidepressivos, ansiolíticos;
- Drogas: maconha, cocaína, heroína, metadona;
- Alcoolismo;
- Cirurgias.

Fonte: urologista Fábio Martinez.

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Jornal da Paraíba

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