BICHOS
Hospital da FAP desativa ala pediátrica de 28 leitos
Diretoria do Hospital explica que a medida foi necessária para a melhoria do atendimento dos pacientes com câncer.
Publicado em 02/01/2016 às 8:00
O acesso ao atendimento hospitalar para crianças em Campina Grande, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) está mais difícil em 2016, com a desativação na última quarta-feira, de 28 leitos que estavam disponíveis na ala pediátrica do Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP). A direção da unidade explica que o fechamento possibilitará uma melhoria no atendimento aos pacientes com câncer e garante que até o final do mês também ampliará o número de leitos na sua UTI neonatal.
O fechamento do serviço foi explicado pelo diretor da FAP, Helder Macedo, como uma “medida que pode parecer impopular, mas que tem o objetivo de enfrentar a necessidade de atender à crescente demanda de assistir os novos casos de câncer”. Sem a ala pediátrica, quatro dos 13 médicos obstetras do hospital serão demitidos, mas enfermeiros e funcionários de apoio serão remanejados para outros setores.
Ao mesmo tempo que fechou a ala pediátrica, a direção da FAP garante que até o final deste mês estará oferecendo cinco novos leitos da Unidade de Atendimento Intensiva para recém-nascidos, com o remanejamento de vários médicos.
O atendimento aos pacientes com câncer também será ampliado, principalmente para os que são submetidos a cirurgias ou têm a necessidade de internamento para receber aplicações de quimioterapia. Após uma reforma, a unidade pretende se credenciar para oferecer cuidados a pacientes terminais com câncer.
O diretor da FAP avalia que a rede de atenção básica municipal tem condições de atender à demanda que era assistida no serviço, pois a maior parte era de consultas ambulatoriais. A secretária de Saúde, Luzia Pinto, tem posição contrária ao fechamento da ala pediátrica.
Ela lembrou que a PMCG tentou negociar com a direção a suspensão da decisão, acionou o Ministério Público Estadual e a Câmara de Vereadores, mas não conseguiu evitar o fechamento.
O principal serviço de referência do SUS para o atendimento a crianças na cidade a partir de agora, o Hospital Municipal da Criança e do Adolescente, já implantou uma nova ala infantil. “Na primeira ampliação, ofertamos 11 novos leitos.
Mas estamos avaliando a demanda e a possibilidade de realizar reformas para a implantação de uma nova ala e melhorias nos setores de atendimento e triagem. Hoje, a unidade oferece 49 leitos.
Para o comerciário Alexandre Barros, 42, a desativação da ala pediátrica do Hospital da FAP representará um grande prejuízo para a população, pois o serviço oferecia um atendimento de qualidade.
“Lá não tinha tantos pacientes e a gente ia direto para o médico”. Ele já utilizou o Hospital da Criança por diversas vezes em busca de assistência para sua filha de cinco anos e garante que o atendimento é bom, mas com maior demora. O porteiro José Bonifácio, 46, também lamentou a desativação do serviço da FAP. Ele criticou a demora do atendimento no Hospital da Criança.
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