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Interação com animais silvestres: entenda quais os riscos e como evitá-los
Entre os riscos de interagir diretamente com animais silvestres estão a contração de doenças, como a raiva humana, que não tem cura.
Publicado em 20/12/2025 às 7:14

Após um homem ser internado com suspeita de raiva humana depois de ter sido mordido por um sagui, um alerta foi reaceso quanto aos riscos da interação com animais silvestres.
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Além dos primatas não humanos, os morcegos e as raposas são os principais vetores da raiva humana. Em ambientes como zoológicos, é comum se deparar com placas alertando os visitantes para não alimentar os animais, mas em locais abertos e áreas próximas de regiões de matas, a população tende a ter o hábito de tentar dar comida aos animais silvestres que avistam, correndo o risco de serem mordidos e contrair doenças como a raiva humana.
Nesta matéria, o Jornal da Paraíba reuniu dicas e cuidados para serem adotados em casos de interação com animais silvestres. Confira abaixo.
Por que evitar interações com animais silvestres?
De acordo com o biólogo Ronaldo Justino, na maioria das vezes as pessoas enxergam os animais silvestres de uma forma romantizada, e ignoram os riscos que interações próximas podem trazer. Segundo o biólogo, esse tipo de prática é uma ação ecologicamente errônea.
“É uma prática ecologicamente errônea romantizar [os animais] e aí acaba expondo a sua integridade física à riscos no contato direto. Essa questão de alimentarmos animais é cultural nossa, porém é desaconselhável, principalmente no caso de estar manualmente oferecendo alimentos a esses animais”, explicou.
Risco de raiva humana
O sagui é um animal silvestre comum na Paraíba, principalmente em áreas próximas de matas ou de locais com muitas árvores. No entanto, é preciso estar alerta ao fato de que alimentá-lo não é o ideal, e que, caso seja feito, nunca seja usando as próprias mãos.
“A forma de alimentação deve ser o mais distante possível do domicílio, e de forma mais impessoal, uma vez que o animal é dotado de inteligência e a lei do menor esforço vai fazer com que ele procure o seu domicílio para receber aquele alimento, e ali pode ocorrer a transmissão de zoonoses”, afirma o biólogo Ronaldo Justino.
De acordo com o biólogo, antes de alimentar um animal silvestre, existem alguns sinais no comportamento dele para os quais é preciso estar atento e que podem sinalizar a possibilidade de raiva.
“Ao longo do agravamento do quadro de raiva, esses animais silvestres vão apresentar uma modificação de comportamento, e a agressividade é uma delas. A possibilidade de mordedura é um dos principais riscos para que aconteçam esses acidentes”, disse.
Uma forma de ajudar na alimentação dos animais sem interferir diretamente é por meio da plantação de árvores frutíferas, que possam servir como fonte de alimento para eles.
“Os saguis são onívoros, então a alimentação natural dele é baseada em insetos e frutas, então plantar árvores frutíferas seria uma forma de ajudá-los indiretamente”.
Importância da vacinação contra raiva
O caso de Campina Grande, onde um homem de 50 anos foi mordido por um sagui e está internado com suspeita de raiva humana, chama atenção para a importância do cumprimento do calendário vacinal dos animais contra a raiva.
“Não deixem de vacinar os animais, porque aconteceu com um sagui, mas poderia ser com um gato ou cachorro, que também são mamíferos e estão expostos a esse risco. A vacinação é uma das formas de evitar", aconselha o biólogo.

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