Peixe-leão, predador agressivo, pode chegar ao litoral da Paraíba, alerta pesquisadora da UEPB

A pesquisadora Ana Lúcia Vendel, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), alerta que o peixe-leão pode chegar ao Litoral Paraíba. O animal natural da Ásia, que já foi visualizado em Fernando de Noronha e no Rio Grande do Norte, é um predador agressivo, se reproduz rápido e é venenoso.

“É uma espécie exótica e muito perigosa, que chegou no Caribe há mais de 20 anos e o problema dele é que ele se desenvolve muito rápido, tem uma reprodução bem intensa, a fêmea pode produzir até 30 mil ovos, além de conseguir predar recife de coral, e impactar de uma forma absurda esses ambientes que já são foco de preservação. Se ele entrar no estuário então é ainda mais preocupante", explicou a pesquisadora.

Ana Lúcia Vendel é responsável pelo Laboratório de Peixes (ictiologia) da UEPB possui doutorado em peixes estuarinos e desenvolve estudos sobre autoecologia de peixes e dinâmica da pesca no estuário. Ela destaca a importância de ações para o controle da população da espécie no Litoral paraibano, feita exclusivamente com a pesca do animal utilizando armadilhas.

A pesquisadora ainda ressalta que a previsão é que até dezembro a presença do peixe-leão já seja uma realidade na Paraíba.

"Embora não haja ainda registros de localização do peixe-leão no Litoral paraibano, devido ao fator dessa espécie já ter sido avistada em Fernando de Noronha e no Rio Grande do Norte, acreditamos que é questão de pouco tempo para eles chegarem às nossas praias. Numa previsão otimista, em dezembro, no próximo verão, isso já será uma realidade”, explica a docente.

Sobre o peixe-leão

Espécie originária do Indo-Pacífico que se espalhou pelo Caribe no início dos anos 2000, o peixe-leão é um predador agressivo, que vive próximo a recifes de coral e ataca suas presas. Agora ele ameaça ao menos 29 espécies de peixes brasileiros. Peçonhento, possui 18 espinhos venenosos, que injetam uma toxina neuromuscular que, nos seres humanos, pode causar dor intensa, náuseas e inchaço, mas, não é letal.

Com cerca de 47 cm de tamanho máximo, a espécie possui corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom. Órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) têm empreendido diversos esforços para orientar a população e quem vive da pesca sobre como identificar e agir em caso de localização do peixe-leão. Caso seja localizado, os espinhos devem ser cortados e o animal entregue ao ICMBio da região em que for encontrado.