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Saúde: pupila branca é forte indício de doenças oftalmológicas
Especialista diz que, se ao tirar uma foto, a pupila ficar como um reflexo, é preciso ter cuidado.
Publicado em 15/11/2015 às 10:00 | Atualizado em 27/09/2021 às 15:55
Fotografia com flash pode ajudar a diagnosticar problemas na saúde da visão, é o que alerta a oftalmologista Ana Paula Canto. Segundo a especialista, ao tirar uma foto e a pupila ficar branca, como se fosse um reflexo, é necessário ficar atento: pode ser um indício de leucocoria, conhecida como “pupila branca”.
“A leucocoria não é em si uma doença, mas pode ser um indicativo de catarata congênita ou retinoblastoma - tumor maligno da retina, que pode levar à retirada do olho comprometido e até à morte”, revela Ana Paula Canto, da Clínica Canto. “Quando a ‘menina dos olhos’ tem coloração branca e não preta, como deve ser, é hora de procurar um especialista.”
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o retinoblastoma é o câncer mais comum na infância: atinge uma em cada 20 mil crianças e tem maior incidência em menores de cinco anos. “É um tumor altamente maligno, mas quando diagnosticado precocemente, tem 90% de chance de cura, porém, quando o diagnóstico é tardio, pode haver complicações”, explica.
O diagnóstico precoce pode impedir a cegueira e, caso haja um tumor, salvar a vida da criança. A leucocoria pode ser detectada apenas ao olhar a pupila do paciente. Para os recém-nascidos, há o ‘teste do reflexo vermelho’ – o conhecido ‘teste do olhinho’, realizado antes de sair da maternidade.
“Outros indícios que podem indicar o problema é quando, em ambientes escuros, quando ocorre o aumento de tamanho da pupila ou em fotos com flash, a coloração da pupila fica branca ao invés de vermelha”, esclarece a oftalmologista. “Se na fotografia foi percebido reflexo branco, estrabismo ou qualquer outro sinal de anormalidade ocular, a criança deve ser examinada por um oftalmologista.”
Outras possibilidades de causa da leucocoria em crianças são retinopatia da prematuridade, má-formação ou anomalia vascular da retina, infecções e tumor intraocular. “Em adultos, a causa mais comum é a catarata avançada”, explica.
Diagnóstico e tratamento.
No consultório, o especialista avaliará o paciente por meio de um exame oftalmológico completo, incluindo o de fundo de olho com as pupilas dilatadas, utilizando o oftalmoscópio, pelo qual é possível uma melhor visualização da retina.
“Nesses casos, o exame com dilatação da pupila é obrigatório, pois permite uma análise mais aprofundada do caso”, diz. Outros exames podem ser solicitados. Ao ser diagnosticado com retinoblastoma, será preciso avaliar o grau em que o tumor se encontra para optar por um tratamento.
Os estágios podem ser: dentro do olho apenas (intraocular), afetando o nervo óptico, em um ou nos dois olhos ou apresentar metástase. As modalidades terapêuticas para o tratamento do tumor são: enucleação, ou retirada do olho; termoterapia transpupilar, uma radiação infravermelha que provoca hipertermia do tecido do tumor; crioterapia, substâncias que rebaixam a temperatura do tecido; braquiterapia, terapia aproximação ou inserção da fonte de radiação no paciente; radioterapia externa, laser ou quimioterapia.
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