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COTIDIANO

Barbárie de Queimadas: sobrevivente fala pela 1ª vez sobre estupro coletivo

Barbárie de Queimadas foi tema do Linha Direta, na TV Globo. Priscila Frazão falou sobre o crime e sobre a dor de lutar por justiça.

Publicado em 12/05/2023 às 13:16 | Atualizado em 05/02/2024 às 17:11


                                        
                                            Barbárie de Queimadas: sobrevivente fala pela 1ª vez sobre estupro coletivo
Priscila Frazão Monteiro, vítima e irmã de Izabella, falou pela primeira vez sobre o caso — Foto: Reprodução/TV Globo

Priscila Frazão Monteiro, alvo sexual dos acusados pela Barbárie de Queimadas, falou pela primeira vez após onze anos do estupro coletivo. O caso foi tema do Linha Direta, na TV Globo, nesta quinta-feira (11). Priscila, além de vítima, é irmã de Izabella Pajuçara e amiga de Michelle Domingos, as duas mulheres mortas por reconhecerem os autores do crime.

"Não é fácil. Ao mesmo tempo que eu estava velando a minha irmã e a minha amiga, eu tinha que ser forte para relatar tudo que aconteceu de uma forma que eles, enquanto Polícia Civil, acreditassem em mim e fossem prender todos que tinham feito aquilo com todas nós", desabafa Priscila Frazão.

Vítima conta como aconteceu a Barbárie de Queimadas

A motivação e a sequência do crime só foi desvendada porque Priscila resolveu falar.

O estupro coletivo de Queimadas, planejado como um presente de aniversário, fez cinco mulheres vítimas, duas delas também mortas no dia 12 de fevereiro de 2012.

Priscila Frazão foi uma das vítimas da barbárie. Há 11 anos, ela entrava na garagem da casa de Eduardo, irmão do aniversariante Luciano dos Santos, para comemorar o aniversário. Michelle e Izabella chegariam logo depois.

"Uns usavam máscara preta, luvas pretas e outro [estava] usando máscara de carnaval. A gente correu, todo mundo, para trás. Eu, minha irmã e Michelle. E eles foram atrás da gente. Mandaram a gente sentar todos no chão, e começaram a encapuzar e a colocar o 'enforca-gato' nas mãos", detalha.


				
					Barbárie de Queimadas: sobrevivente fala pela 1ª vez sobre estupro coletivo
Priscila, Michelle e Izabella, vítimas das Barbárie de Queimadas — Foto: Reprodução/TV Globo. Priscila, Michelle e Izabella, vítimas das Barbárie de Queimadas — Foto: Reprodução/TV Globo

Com a venda um pouco baixa, Priscila conseguiu ver algumas coisas que aconteciam na casa e também reconheceu alguns acusados, mas não disse nada.

"Eu ouvi quando minha irmã disse assim: 'Eduardo, não, pare que mainha não vai gostar disso'. Eu ouvi e foi bem agoniante para mim. Eu não tinha forças nem para ajudar minha irmã, nem ajudar Michelle. Eu também estava ali", desabafa.

Nesse momento, Priscila já sabia que Eduardo Pereira dos Santos, com quem a irmã dela, Isânia Frazão Monteiro, foi casada, e quem conhecia há muitos anos, estava envolvido no assalto forjado e nos estupros praticados.

Informações estatísticas dão conta que 8 em cada 10 estupros são cometidos por conhecidos das vítimas. Foi o caso do estupro coletivo de Queimadas.

"A gente tinha um carinho muito grande pelo filho dele. O filho dele chamava a gente de tia. E mainha era vovó Fátima. Mainha tinha um carinho muito grande por ele também. O cuidado e carinho que a gente tinha pelo filho dele, ele não pensou pela filha de mainha, nossa irmã, por a gente enquanto amiga", desabafa Priscila.

Mentor da 'Barbárie de Queimadas' fugiu pela porta do presídio

O mentor da Barbárie de Queimadas, Eduardo dos Santos Pereira, está foragido há mais de dois anos da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1. No programa Linha Direta desta quinta-feira (11), o delegado da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Tércio Chaves, informou que Eduardo se aproveitou da confiança que adquiriu com o bom comportamento dentro do presídio. Ele está preso desde 2012.

Eduardo dos Santos foi à júri popular. Após 19 horas de julgamento, apontado como o mentor da 'Barbárie de Queimadas', Eduardo foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão. Ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.

Mesmo assim, com o passar dos anos dentro do presídio e pelo bom comportamento, conseguiu o benefício de trabalhar dentro da unidade prisional.

Em 2020, ano da fuga, Eduardo trabalhava na cozinha do PB1. Era por volta das 20h quando um policial penal esqueceu um molho de chaves no local onde o detento trabalhava. Eduardo pegou as chaves, abriu o almoxarifado e saiu pela porta lateral do presídio.

Segundo Tércio Chaves, o policial penal que teria esquecido as chaves foi indiciado, mas o Ministério Público da Paraíba (MPPB), até agora, não ofereceu denúncia contra ele.

Priscila Frazão, uma das vítimas do estupro coletivo e irmã de Izabella Pajuçara, ainda nutre um sentimento de impunidade. "Quando a gente foi saber que ele tinha fugido pela porta da frente do presídio de segurança máxima, veio um sentimento de incerteza, de incapacidade, por eu ter lutado tanto para que a justiça fosse feita e Eduardo sair pela porta da frente do presídio do maior presídio da Paraíba…", declarou.


				
					Barbárie de Queimadas: sobrevivente fala pela 1ª vez sobre estupro coletivo
Foto: Reprodução/TV GLOBO. Foto: Reprodução/TV GLOBO

Denuncie

Quem tive informações sobre a localização de Eduardo dos Santos Pereira pode denunciar, anonimamente, pelos números 180 ou 197.

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Jornal da Paraíba

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