COTIDIANO
Guerra na Ucrânia completa 1 ano com mais de 300 mil mortos
A guerra na Ucrânia começou há 1 ano com as tropas de Vladimir Putin invadindo o território ucraniano, no dia 24 de fevereiro de 2022.
Publicado em 24/02/2023 às 6:34 | Atualizado em 05/02/2024 às 17:20
A Guerra na Ucrânia completa 1 ano nesta sexta-feira (24). Na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, o exército russo começou a invasão ao território ucraniano, por ordens de Vladimir Putin, com o objetivo de conquistar o país vizinho.
365 dias depois, pelo lado da Rússia, ainda não se sabe o que motivou Putin a iniciar uma invasão. No entanto, durante esse período, os rastros da guerra já não passam despercebidos, tanto nos escombros de grandes construções quanto nas mortes.
Por isso, o JORNAL DA PARAÍBA preparou uma retrospectiva com um pouco da história da guerra e como estão os dois lados após tanto tempo de conflito.
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Guerra na Ucrânia - 1 ano: o que você vai ler nesta reportagem
Guerra na Ucrânia completa 1 ano: motivos para invasão
Segundo o Kremlin, que oficialmente chama a guerra de ‘operação militar especial’, o motivo pela invasão é de que a Ucrânia se tornou um país muito próximo aos interesses ocidentais, o que ameaçaria a própria soberania em seu território.
A possibilidade do país comandado por Volodymyr Zelensky começar a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), cujo os Estados Unidos também fazem parte, foi algo que corroborou com a narrativa russa de começar uma guerra com os vizinhos do leste europeu.
Ainda sobre o tema, a Rússia alegou diversas vezes, por meios de comunicação estatal, que a ‘desnazificação’ da Ucrânia também é um dos motivos para a invasão. Isso porque o governo Putin considera que exista grandes núcleos nazistas no país vizinho, mesmo sem o reconhecimento por parte da comunidade internacional.
Números da guerra na Ucrânia
Durante 1 ano de guerra na Ucrânia, de acordo com balanço divulgado pela Noruega, país que faz fronteira com os russos e integra a Otan, cerca de 300 mil pessoas perderam a vida. Dentre essas, 180 mil integravam o exército da Rússia e outras 100 mil as forças armadas ucranianas. Pelo menos 30 mil mortos são civis.
A Organização das Nações Unidas (ONU), em pesquisa mais recente divulgada em fevereiro, revelou que a guerra fez um número alto de refugiados. A estimativa era de que mais de 8 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas na Ucrânia e pedir abrigo em países que fazem fronteiras. Outras 4 milhões são abrigadas em caráter temporário em outros países da Europa.
Territórios anexados pela Rússia
Com uma série de bombardeios, a Rússia atualmente controla diversos territórios antes pertencentes à Ucrânia, principalmente ao leste do país invadido. Foram anexados Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk, regiões que juntas representam cerca de 15% do território ucraniano. Em 2014, em outra operação militar, os russos já haviam anexado a Crimeia, outra área importante no contexto da guerra.
A capital Kiev, que fica na região mais ao centro do país, foi bombardeada diversas vezes pelos russos, no entanto, o exército não conseguiu tomar o local, que segue sendo o principal foco de resistência da Ucrânia aos russos.
Sanções da guerra na Ucrânia após 1 ano
A comunidade internacional impôs à Rússia severas sanções econômicas e políticas, que deixaram o país em isolamento. Não só os países, mas também organizações e empresas impuseram restrições com o país que geograficamente se localiza, ao leste, na Europa, e ao oeste, na Ásia.
A União Europeia congelou metade das reservas do Banco Central da Rússia. Esse montante estava diversificado em sistemas financeiros de instituições europeias. Os bancos russos também foram cortados do sistema de pagamento internacional denominado ‘Swift’.
As exportações de itens de tecnologia ocidental, aeronáutica, eletrônica e artigos de luxo foram proibidas. Mais de mil empresas ocidentais retiraram-se da Rússia. Além da UE, os EUA, Canadá, Japão, Suíça e Reino Unido também impuseram sanções contra a Rússia.
Em outro âmbito, nos esportes, o país também sofreu duras sanções. Entre elas, a impossibilidade de disputar a Copa do Mundo da FIFA, Olimpíadas (independente da modalidade) e clubes de diversos esportes ficaram proibidos de disputarem competições continentais, como é o caso do futebol - times da Rússia não podem atuar na UEFA Champions League e outros torneios.
Apoio dos Estados Unidos e OTAN à Ucrânia
Em 2022, em dois momentos, o Senado norte-americano aprovou pacotes econômicos para ajudar financeiramente os ucranianos. Na primeira oportunidade, o congresso aprovou medidas que alocaram cerca de R$ 14 bilhões em ajuda à Ucrânia, semanas após o início da invasão.
Além disso, recentemente, em outubro, o congresso também aprovou outro pacote de cerca de R$ 40 bilhões.
Outras ajudas ao país de Volodymyr Zelensky por parte dos Estados Unidos é também o fornecimento de armas e veículos para a guerra. Países como a Alemanha, por exemplo, também vêm apoiando militarmente os ucranianos, fornecendo equipamento.
Em relação à OTAN, durante este 1 ano, a Ucrânia pediu formalmente para entrar no grupo, no entanto, a decisão ainda não foi tomada, por conta da apreensão por eventuais escaladas de ataques russos, inclusive aos países que fazem parte da organização e são vizinhos da Rússia, como Finlândia e Estônia. Mesmo assim, a OTAN também vem fornecendo equipamentos de guerra aos ucranianos.
Em novembro, os ministros de relações exteriores de todos os países que compõem a aliança militar se comprometeram em ajudar a reconstruir a infraestrutura do país no que se refere ao fornecimento de gás e energia elétrica.
O futuro da Guerra na Ucrânia
Após 1 ano da guerra na Ucrânia, não existe expectativa para o fim dos embates, isso porque as ações russas não mostram um recuo.
Em recente comunicado à TV estatal russa, em 21 de fevereiro, Putin voltou a colocar a culpa pela guerra nas costas do Ocidente, dizendo que só há conflito por conta de ameaças de países da OTAN à soberania russa e que está se preparando para mais guerra. Ele também disse que é “impossível” vencer a Rússia em campo de batalha.
Além disso, no mesmo comunicado, o presidente anunciou a saída da Rússia do acordo nuclear com os Estados Unidos. O acordo, chamado New START, foi criado porque os dois países ainda têm vastos arsenais de armas nucleares remanescentes da Guerra Fria, cujos números são atualmente limitados pelo acordo assinado pelos dois países em 2010 e que deveria valer até 2026.
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