COTIDIANO
A 17 dias do fim de campanha, Ninão arrecada apenas metade do valor para compra de prótese
Paraibano vai precisar amputar perna direita por conta de uma infecção.
Publicado em 23/09/2021 às 17:00
A 17 dias do fim da campanha virtual para a compra de uma prótese, Joelison Fernandes da Silva arrecadou pouco mais de 50% do valor necessário para a compra do equipamento. Ninão, como é mais conhecido o homem mais alto do Brasil, medindo 2,37 metros de altura, vai precisar amputar a perna direita por causa de uma infecção.
>>Campanha para arrecadar doações
Ao Jornal da Paraíba, ele disse que passou por uma avaliação médica e, agora, também tenta levantar o valor para custear a cirurgia de amputação. O procedimento, segundo ele, custa uma média de R$ 7 mil a R$ 10 mil.
>>Homem mais alto do Brasil vai amputar perna
O paraibano é natural de Taperoá, mas mora em Assunção, município do Sertão do estado. Antes de deixar de andar, já era um pouco difícil se locomover por conta da estatura e também do peso, que atualmente passa dos 200 quilos. Na cadeira de rodas, o nível de dificuldade aumentou ainda mais.
Ninão foi diagnosticado com osteomielite há mais de quatro anos, mas sente os sintomas da doença há uma década. A infecção pode ser causada por bactérias ou fungos, atinge o osso, e causa dor.
Eu não sabia o que era. Fui diagnosticando quando já tava muito avançado [o comprometimento da perna].”
Em busca de outras opiniões médicas, ele deixou o hospital depois de três meses de internação, quando recebeu pela primeira vez a recomendação de amputação do membro.
Para a decepção dele, a reposta para uma melhor qualidade de vida é sempre a mesma. Por isso, junto com a família, ele optou pela cirurgia.
É uma decisão dura e dolorosa, mas pra eu ter uma vida normal, é mais fácil andar com prótese do que com o pé.”
Ninão sonha em voltar a andar
Desde que parou de andar, muitos cuidados são necessários para manter a saúde de Ninão. O curativo na perna precisa ser feito todos os dias. Para isso, ele conta com o auxílio de uma equipe da rede municipal de saúde do município ou com a mãe.
Ele não conta com acompanhamento médico para o tratamento da perna. Agora, espera pela marcação da cirurgia, enquanto alimenta do sonho da volta para a vida que tinha antes.
A pretensão do paraibano é usar uma prótese. Para comprá-la, ele está fazendo uma campanha para arrecadação de doações na internet, “para realizar o sonho de voltar a andar”.
Dificuldade de locomoção impediu Ninão de trabalhar
Ninão ainda precisa de medicação, que não pode ser interrompida, para conter a infecção. Os custos mensais dos remédios são de aproximadamente R$ 500, quase metade da renda da família.
Desde que se locomove em uma cadeira de rodas, ele não consegue trabalhar, e lamenta pelas oportunidades perdidas. Antes da infecção, ele costumava fazer comerciais e era convidado para participar de eventos pelo país inteiro.
Atualmente, o paraibano mora com a esposa. A renda do casal corresponde a um salário mínimo, da aposentadoria que ele recebe desde 2012, e de alguns trabalhos de decoração que a companheira dele faz. As doações dos amigos também têm auxiliado.
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