COTIDIANO
Agentes flagram 600 comprimidos escondidos em bolachas no Roger
Esposa de detento tentou entrar no presídio com medicamento controlado usado no golpe "Boa noite, Cinderela". Revista também encontrou chips de celulares.
Publicado em 07/06/2009 às 12:52
Karoline Zilah
Com informações de Adriana Saito, da TV Cabo Branco
A esposa de um detento do presídio do Roger, em João Pessoa, foi flagrada na manhã deste domingo (7) com 600 comprimidos de um medicamento de uso controlado escondidos dentro de pacotes de bolacha salgada. De acordo com o diretor da penitenciária, Dinamérico Cardim, o produto foi encontrado com Aline Matos da Silva, de 20 anos, durante a revista íntima.
O medicamento, cujo composto químico é o flunitrazepam, geralmente é receitado para uso psiquiátrico e induz ao sono, causando dependência se utilizado com frequência. Os comprimidos, popularmente conhecidos como “rupinol”, seriam entregues a José Geraldo de Albuquerque, que cumpre pena no Roger por tráfico de drogas.
Segundo o diretor Dinamérico Cardim, os agentes penitenciários desconfiaram do peso dos pacotes de bolacha e iniciaram a inspeção, localizando a grande quantidade de comprimidos. Aline Matos foi encaminhada para a 1ª Delegacia Distrital, ouvida pelo delegado de plantão e autuada em flagrante por tráfico de drogas. Ela deve ser levada ainda neste domingo para a Central de Polícia.
O diretor explicou ao Paraíba1 que, por causar efeito sonífero, o "rupinol" é utilizado no mundo do crime para os golpes conhecidos como “Boa noite, Cinderela”. Os detentos também o utilizariam para consumo próprio e como moeda de troca, especialmente por cigarros.
Logo após este flagrante, uma nova ocorrência no presídio. Agentes encontraram seis chips de telefone celular dentro de sacos de sabão em pó que seriam entregues ao presidiário José Idevan Franco Lacerda, cujas visitas agora estão suspensas.
Diante dos fatos, Dinamérico justificou que os produtos só foram encontrados por intervenção de uma revista rigorosa e rebateu as críticas do Ministério Público, que divulgou ter verificado irregularidades na revista íntima feminina.
Segundo vistoria realizada em maio pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Duciran Farena, o presídio do Roger estaria descumprindo a Lei Estadual n° 6.081, que proíbe a revista íntima indiscriminada nos estabelecimentos penais da Paraíba.
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