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COTIDIANO

Após três meses, marcas da chacina ainda assombram o Rangel

Massacre que marcou a história policial do bairro do Rangel e de João Pessoa completa três meses. O Paraíba1 relembra o caso e atualiza os fatos.

Publicado em 09/10/2009 às 5:30

Por Karoline Zilah
Com Inaê Teles, especial para o Paraíba1

8 de julho de 2009. O sol já havia se recolhido e, horas mais tarde, o mesmo fazia a família Santos. A casa era pequena, tinha os cômodos apertados, mas, assim como tantos paraibanos em situação financeira precária, Divanise e Moisés driblavam as dificuldades para dar algum aconchego aos cinco filhos no único quarto do lar.

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Naquele dia, eles deitaram para dormir, mas não levantaram para ver o sol nascer. O que aconteceu na madrugada de 9 de julho no bairro do Rangel fica para a história de João Pessoa como um registro das páginas policiais dos jornais.

Nesta sexta-feira, 9 de outubro, a tragédia que ficou conhecida como a Chacina do Rangel completa três meses. Mas a história ainda não chegou ao fim. Os dois autores deste triste episódio preparam suas defesas e o Paraíba1 traz uma reportagem especial para falar como vivem os sobreviventes, os familiares das vítimas e os réus enquanto não é definida a decisão final sobre os seus destinos.

Carlos e Edileuza Santos: réus confessos

Carlos José Soares dos Santos e Edileuza Oliveira dos Santos são réus confessos do assassinato das cinco pessoas da mesma família. Para ambos, a situação atual é de isolamento.

Edileuza está detida no Presídio Feminino Júlia Maranhão, conhecido como o Bom Pastor, em João Pessoa. De acordo com a diretora Susana Lima, o comportamento dela é bom. A acusada recebe visitas do defensor público e dos familiares, e convive diariamente na companhia de seu bebê de 5 meses, o qual continua amamentando.

Assim como Edileuza, Carlos José dos Santos está separado dos demais detentos no presídio de Jacarapé, o PB-I, por determinação judicial. O principal temor das direções é de que os réus sofram algum tipo de vingança dos companheiros de cadeia.

“Pode acontecer alguma tragédia. O que ele fez não é admitido pelos detentos, segundo as normas deles”, explicou João Carlos Alves de Albuquerque, diretor do PB-I. Segundo ele, o comportamento de Carlos é tranquilo, sem nenhuma alteração. As visitas são apenas do defensor e o banho de sol tem que ser em horário diferenciado para evitar contato com outras pessoas.

A defesa de Carlos solicitou um exame de sanidade mental. Em entrevistas, o advogado Paulo Celso do Valle Filho teria percebido que a personalidade do réu apresenta altos e baixos, levando-o a acreditar em instabilidade mental, aspecto que será explorado para absolver o acusado. Para ele, o acusado da chacina já deveria ter sido transferido para o Instituto de Psiquiatria Forense, onde passaria 45 dias para ser avaliado por uma junta médica.

Torturado no Presídio do Roger, onde inicialmente estava detido, Carlos teria demonstrado ao defensor arrependimento pelos homicídios e saudade da família. Um fato que aguçou a curiosidade e tem merecido atenção do advogado é que pessoas da comunidade o procuraram para dizer que Carlos seria uma pessoa boa e pessoas da comunidade disseram que não entenderam por qual motivo tudo aconteceu, porque ele seria uma pessoa boa e teria sofrido más influências da esposa Edileuza.

Promotoria: “População clama por justiça”

O promotor José Guilherme Lemos foi o responsável por oferecer a denúncia da chacina ao Ministério Público. O processo ainda está em fase inicial de coleta de provas e testemunhas. Se tudo correr dentro dos prazos estipulados, a estimativa é de que o julgamento aconteça no primeiro semestre de 2010. Mas a estimativa pode não ser cumprida. “A lei estipula um prazo fictício de 81 dias para a conclusão da fase instrutória (coleta de provas), mas isso foge ao controle por conta da complexidade dos casos”, explica o promotor.

Por ter impulsionado a ação penal, sua expectativa é de que Carlos e Edileuza paguem pelo crime que cometeram. “É uma cobrança da sociedade. Diante das provas, não há dúvida nenhuma da participação dos dois”, comenta. Ambos foram indiciados como autores e co-autores da chacina. “Enquanto um executava, o outro instigava e planejava, e vice-versa, até que cinco pessoas morreram e duas sofreram atentados”, esclarece.

Enquanto o dia do juízo final não chega, nas mentes de Edileuza e Carlos fica a expectativa de ver o sol daquele dia turbulento nascer novamente, desta vez do lado de fora das grades. Nos olhos de Rian e Priciano, fica a esperança de poderem escrever com a palavra “justiça” o último capítulo desta história.

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Jornal da Paraíba

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