COTIDIANO
Assad autoriza anistia de presos
Decreto prevê que todos os presos sejam anistiados.
Publicado em 24/10/2012 às 8:00
O ditador sírio, Bashar Assad, autorizou ontem a anistia a presos envolvidos nos confrontos da oposição até segunda-feira, em meio à continuidade dos confrontos violentos com a oposição e o aumento do número de refugiados.
Segundo a agência de notícias oficial Sana, o decreto prevê que todos os presos que não tenham cometido crimes violentos, como homicídio, lesão corporal grave e terrorismo, sejam anistiados.
Desse modo, a medida exclui os chamados "terroristas", forma usada pelo regime para se referir aos rebeldes armados.
De acordo com o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, dezenas de milhares de civis foram presos desde o início da revolta, em março de 2011, assim como diversos soldados desertaram.
Este não é o primeiro indulto nos últimos 20 meses e acontece dois dias antes da data determinada pelo enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, para o cessar-fogo entre as partes.
Caso seja cumprida, a trégua começará no início da chamada Festa do Sacrifício, uma das comemorações mais importantes do islamismo. A intenção de Brahimi é que o cessar-fogo prossiga após o feriado, que dura quatro dias.
NOVOS CONFRONTOS
Cerca de 60 pessoas morreram por consequência dos bombardeios realizados pelas tropas oficiais sírias, conforme informações de ativistas. Destas, 20 foram mortas num ataque que atingiu uma padaria em Aleppo (norte), a segunda maior cidade do país.
Entre os mortos há mulheres e crianças, de acordo com testemunhas.
O confronto entre as tropas que são leais ao ditador sírio, Bashar Assad, alauíta, e os rebeldes que pedem sua deposição, de maioria sunita, já dura 19 meses. Além do enorme número de refugiados, o conflito ainda gera repercussões no vizinho Líbano, que vive sob tensão sectária.
Um ativista de Aleppo disse à agência de notícias Reuters que dois projéteis atingiram a padaria, que, naquele momento, era guardada por rebeldes.
Os outros cerca de 40 mortos foram registrados nos bombardeios contra povoados da periferia de Damasco. O mais afetado foi o de Moadamiya, onde morreram 12 civis, entre eles cinco crianças.
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