COTIDIANO
Associação dos Agentes Penitenciários liga fuga de detento à falta de estrutura
O detento Carlos Alberto Barbosa de Brito fugiu do presídio na tarde do sábado (2) pela porta da frente da unidade prisional
Publicado em 03/01/2016 às 10:21
Em nota publicada em sua página em uma rede social, a Associação dos Agentes Penitenciários da Paraíba (Agepen-PB) ligou a fuga do detento Carlos Alberto Barbosa de Brito, conhecido como 'Chacal', da Penitenciária Flósculo da Nóbrega, o Róger, à falta de estrutura do local. O presidente da associação, Marcelo Gervásio, declarou que "o ocorrido nada mais foi do que reflexo do não tratamento devido por parte do Estado no que diz respeito a condições mínimas de trabalho".
Conforme Gervásio, dois pontos podem ser destacados com relação ao Róger que prejudicam a atividade dos agentes: a superlotação e a estrutura propícia para fugas. "O presídio tem capacidade para 450 presos, mas comporta hoje cerca de 1400. Além disso, é de conhecimento de todos que a estrutura física do Róger é um caos, ambiente propício a túneis, grades velhas e sem um muro frontam com guaritas", apontou.
O presidente da Agepen-PB descreveu a atividade dos profissionais que trabalham no Róger como "trabalho de guerreiros que sistentam o caos do Estado com os próprios punhos", pedindo cautela a todos frente aos julgamentos precipitados que possam ser direcionados ao agente penitenciário responsável pela guarda do portão no momento da fuga.
ENTENDA O CASO
O detento Carlos Alberto Barbosa de Brito, conhecido como 'Chacal', é um ex-agente penitenciário e está condenado a 20 anos em regime fechado pelo crime de homicídio. Ele estava preso há cerca de um ano e meio, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária. Na tarde do sábado (2) ele trabalhava na limpeza quando teria aproveitado um descuido de um agente penitenciário e escapado pela porta da frente.
Após correr alguns metros, o detento se encontrou com uma pessoa que estava de moto, fugindo rapidamente do local. Até o momento ele não foi encontrado. Para investigar o caso, a Polícia Civil instaurou um inquérito e o agente envolvido foi afastado. Ele deverá responder por facilitação de fuga não intencional.
O diretor do Róger, Lincoln Gomes, limitou-se a dizer que o agente não teria facilitado a fuga, tendo sido apenas negligente. "Ele não esperava a fuga, mas aí é com o delegado, ele que irá investigar", comentou.
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