Atendimento em clínica de odontologia é suspenso em CG

O Conselho Regional de Odontologia (CRO), em Campina Grande, suspendeu por 30 dias os atendimentos na clínica Eydental – Centro Odontológico, localizado na Avenida Floriano Peixoto, no Centro. Segundo a conselheira do CRO, Ana Maria de Araújo Lucena, a suspensão se deu por desobediência ao Código de Ética. “Eles não têm respeito ao Código de Ética, não podemos divulgar preços em propagandas e folder e eles fazem isso. Além disso, também não possuem no local um responsável técnico, então não podem funcionar desta forma”, informou.

Segundo a conselheira, a clínica vem sendo autuada e notificada há seis anos, desde 2005, “mas eles fecham o estabelecimento notificado e reabrem em outro local, com outro nome”, denunciou.

Ana Maria informou ainda que os proprietários, ao receberem a notificação de suspensão do atendimento, na noite da última terça-feira, rasgaram o documento. “Eles rasgaram o documento e hoje (ontem) tiraram o lacre e estão funcionando normalmente.

Solicitamos apoio do Ministério Público, através da Promotoria da Saúde e também da Gerência de Vigilância Sanitária (Gevisa)para que os proprietários cumpram a suspensão”, falou.

Ontem, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA foi ao local e confirmou que o lacre havia sido violado e o funcionamento seguia normalmente. O advogado da empresa, Daniel Tabosa de Almeida, disse que a clínica foi surpreendida com um ofício do CRO falando da interdição da empresa, com base em um Acórdão n° 3/2011, mas que eles não sabem do que se trata. “Não nos disponibilizaram a notificação para defesa e nem a cópia do acórdão. Cercearam o direito de defesa da empresa”, disse.

“Alguém do CRO chegou até a clínica, colocou o lacre na entrada e disse que não estava com o acórdão em mãos. A decisão não foi comunicada formalmente”, comentou.

O advogado alegou que espera do CRO uma oportunidade de defesa. “Precisamos apresentar defesa, não existe condições de defesa sem sabermos qual o problema. Comunicaram apenas a sanção, com um aviso na porta que não mostra nem o número do processo administrativo, para que tenhamos acesso aos fatos”, continuou o advogado. Ainda segundo Daniel Tabosa, a empresa está impetrando um mandado de segurança com pedido de liminar, para reverter a decisão.

Walter Jairo Marcatônio, proprietário da empresa, comentou que com relação às instalações não existem irregularidades. “Não estamos cientes do que está acontecendo, mas estamos providenciando nossa defesa”. Na recepção da clínica, clientes aguardavam para ser atendidos e o funcionamento continuava normalmente. “Nunca vi nada de irregular por aqui, o atendimento é sério e nunca tive problemas com os procedimentos realizados”, disse uma cliente que preferiu não ter seu nome identificado.

À tarde, o promotor da Saúde interino, Clístenes Bezerra, informou que encaminhou um ofício à Polícia Civil, pedindo que os agentes façam uma vistoria no local. “Se realmente for constatado o descumprimento, quem estiver descumprindo pode ser preso por desobediência”, afirmou.

Em Campina Grande, além da clínica da Floriano Peixoto, a Eydental funciona também na Praça da Bandeira e nas ruas Marquês do Herval e Coronel José André.