COTIDIANO
Atentado em dia sagrado mata 63 no Afeganistão
Grupo sunita paquistanês Lashkar-e-Jhangvi, que defende o extermínio dos xiitas e é tido como instigador dos conflitos sectários no Paquistão, assumiu os ataques.
Publicado em 07/12/2011 às 8:00
Uma série de atentados contra fiéis que comemoravam o dia mais importante do calendário xiita deixou ontem ao menos 63 mortos e centenas de feridos em três cidades do Afeganistão.
O grupo sunita paquistanês Lashkar-e-Jhangvi, que defende o extermínio dos xiitas e é tido como instigador dos conflitos sectários no Paquistão, assumiu os ataques, ocorridos em pleno feriado sagrado de Ashura.
Se a autoria for confirmada, será a primeira vez que o Lashkar-e-Jhangvi, ligado à insurgência Taleban, à rede terrorista Al Qaeda e ao serviço secreto paquistanês, cometeram ações dessa magnitude no Afeganistão.
O ataque mais sangrento visou uma mesquita xiita da capital, Cabul. Um homem-bomba acionou seus explosivos no lado externo da construção, matando 59 pessoas, e deixando um cenário de horror e destruição.
"O Paquistão é nosso inimigo histórico e não quer que vivamos em paz", diz o sobrevivente Noor Mohammad, coberto de sangue. Foi a ação mais sangrenta desde 2008.
Um camicase também se explodiu em uma mesquita na cidade de Mazar-e-Sharif, no noroeste afegão, deixando quatro mortos.
A explosão gerou pancadaria entre xiitas e sunitas, que rezavam no mesmo local. Uma terceira explosão, causada por uma bicicleta-bomba estacionada na cidade de Candahar, ao sul, deixou apenas feridos.
Em viagem oficial à Alemanha, o presidente afegão, Hamid Karzai, cancelou visita que faria em seguida ao Reino Unido e voltou às pressas para Cabul. "É a primeira vez que um ato terrorista tão horrível acontece em um dia religioso tão importante no Afeganistão", disse Karzai em Bonn, onde participou de um encontro internacional sobre o futuro do Afeganistão após a retirada das tropas americanas, em 2014.
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