Bebê baleada pelo pai em Itaporanga recebe alta e volta para casa

Uma bebê de um ano baleada pelo próprio pai durante um feminicídio em Itaporanga, no Sertão da Paraíba, recebeu alta da UTI pediátrica e deixou o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, na tarde desta segunda-feira (15).

A criança passou mais de 70 dias internada, incluindo 66 dias na UTI pediátrica. Ela precisou passar por cirurgia para remover parte do crânio e reduzir a pressão no cérebro. Antes da alta, permaneceu em observação na pediatria por 48 a 72 horas para garantir que não houvesse complicações. As informações foram confirmadas pelo Hospital de Trauma.

De acordo com a médica Noadja Cardoso, a evolução da bebê foi completa. “Ela evoluiu com todas as funções estáveis: sorri, se alimenta, dá beijo. Foi uma cura completa, um milagre. Hoje está saindo do hospital”, afirmou.

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A profissional destacou que a criança terá acompanhamento contínuo. Já estão agendadas avaliações futuras para verificar a necessidade de exames como tomografia ou ressonância e acompanhar seu desenvolvimento e crescimento.

Além disso, sobre possíveis sequelas, a médica informou que, até o momento, a evolução da criança é satisfatória e sem complicações. “Agora vamos observar o crescimento e desenvolvimento, porque ela tem um ano e sete meses”, disse Noadja.

A bebê seguirá sob os cuidados da tia, Adriana de Oliveira. “Vou ficar até o final para levá-la para casa, se Deus quiser. A justiça faz o trabalho dela, mas a gente acredita na Justiça de Deus”, comentou.

Outros três filhos da mãe da criança, Cláudia Kell de Oliveira Miguel, estão sob cuidados dos avós maternos. Cláudia, de 28 anos, foi morta a tiros no mesmo dia do ataque à filha, 29 de junho.

Entenda o caso

O crime ocorreu em 29 de junho, em Itaporanga, Sertão da Paraíba. O suspeito, Elson Felix de Souza, de 35 anos, atirou contra Cláudia Kell de Oliveira Miguel e sua filha de apenas um ano após uma discussão do casal. A mãe morreu no local, enquanto a bebê foi atingida na cabeça e precisou de cirurgia de emergência.

Segundo a Polícia Civil, Elson já possuía cinco passagens pela polícia por violência doméstica contra a vítima. Ele também era apontado como integrante de uma facção criminosa do Vale do Piancó, o que aumentou o risco do ataque e dificultou a captura inicial.

Após o crime, o homem fugiu e passou dias escondido em uma área de mata próxima a Itaporanga. Ele estava com uma barraca e uma faca, recebendo apoio de uma facção, mas foi forçado a deixar o local após a polícia cercar a região.

Elson foi localizado em 1º de julho e preso com apoio do setor de inteligência da Polícia Civil.