COTIDIANO
Belchior deixa muita qualidade e pouca quantidade
Publicado em 03/05/2017 às 7:09 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:45
Se pensarmos em quantidade, o legado de Belchior é muito pequeno.
Como autor, o seu período de grande criatividade foi curto. Esteve praticamente restrito aos primeiros anos da carreira fonográfica, ali na segunda metade da década de 1970.
Em quatro ou cinco discos, vamos encontrar o melhor do seu repertório, as canções que de fato ficaram na memória afetiva dos brasileiros e que formam a antologia do autor.
Entre esses discos, está o Alucinação, de 1976. É o segundo título de sua discografia. O LP que o projetou nacionalmente. Um dos grandes discos da música brasileira.
O LP de estreia, pouco conhecido, é um trabalho curioso, mas envelheceu rapidamente, a despeito de se pretender de vanguarda.
Os três discos que se seguiram ao Alucinação, lançados pela Warner, completam o melhor de Belchior.
Se você tem esses cinco títulos, não sentirá falta de nada. Todas as grandes canções de Belchior estão neles.
Isso é ruim? Isso diminui o autor?
Não! Claro que não!
Apenas confirma que, em Belchior, o melhor não veio em grande quantidade. Mas em qualidade.
A essência está em 15 ou 20 canções que atravessam o tempo.
(A caricatura que ilustra a coluna hoje é de William Medeiros, grande artista paraibano)
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