Botafogo-PB enxerga injúria racial em vídeo e busca vítima para mover o Figueirense no STJD

Os dirigentes do Botafogo-PB se revoltaram com um vídeo direcionado à torcida botafoguense na partida diante do Figueirense, na última segunda-feira, pela penúltima rodada da Série C do Brasileirão. O Belo entende que se trata de um caso de injúria racial. Agora, o clube busca identificar o autor da ação para abrir denúncia no campo cível e esportivo.

Para isso, no entanto, também é preciso encontrar o torcedor que tenha sido vítima do ato. O clube trabalha nessas duas frentes para tentar levar o caso adiante.

No vídeo recebido pela diretoria do Botafogo-PB e já compartilhado em muitos grupos na internet, é possível perceber alguém do banco do Figueirense imitando o que parecia ser um macaco em direção às arquibancadas - pelo menos, essa é a tese do clube paraibano. O presidente do Belo, Alexandre Cavalcanti, prometeu tomar providências sobre o caso.

Estamos tentando identificar o autor dessa injúria e também buscar o torcedor que tenha sido vítima. O Botafogo-PB vai tomar todas as providências na esfera desportiva e criminal contra essa pessoa. Passamos por um caso muito parecido recentemente e cortamos na carne. Vamos sempre combater atitudes como essa, comentou o presidente.

O dirigente se referiu ao caso do torcedor do clube que também teria imitado um macaco na final do Campeonato Paraibano contra o Campinense. A vítima do suposto caso de injúria racial foi o massagista da Raposa, Kleitinho. Antes mesmo das investigações, o Botafogo-PB se antecipou e proibiu o torcedor de frequentar as dependências da Maravilha do Contorno.

VERSÕES DIFERENTES

Alguns torcedores que estavam na arquibancada foram às redes sociais apresentar uma versão diferente daquela defendida pelo Botafogo-PB. Segundo esses torcedores, a ação era endereçada a um torcedor obeso. A gordofobia não é crime, mas pode ser enquadrada por injúria e danos morais, que são da esfera criminal e cível.

O clube paraibano, no entanto, segue com a tese de injúria racial e tenta fazer a denúncia formal para que haja uma investigação do caso.

A gente está buscando o torcedor que tenha se sentido ofendido. No crime de injúria racial tem que haver uma vítima e não pode ser o clube. O vídeo está circulando em grupos de torcedores e, se alguém se sentir vitimado, o Botafogo-PB vai tomar as providências. Para o crime de racismo ou de injúria, tem que ter a vítima, explicou Alexandre.