COTIDIANO
Bruno chega à Divisão de Homicídios sob gritos de assassino
Bruno e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como "Macarrão", chegaram à Divisão de Homicídios na noite desta terça-feira. Multidão esperava o goleiro chamando-o de assassino.
Publicado em 07/07/2010 às 19:28
Eles se entregaram nesta tarde no prédio da Polinter, no Andaraí.
MP do Rio denunciou os dois por sequestro e lesão corporal.
Do G1
O goleiro Bruno e o amigo dele Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como "Macarrão", chegaram na noite desta quarta-feira (7) à Divisão de Homicídios do Rio, na Zona Oeste do Rio. Os dois foram recebidos por uma multidão e sob os gritos de "assassinos". Eles se entregaram nesta tarde no prédio da Polinter, na Zona Norte da cidade. O jornal "Extra" acompanhou a chegada de Bruno na Polinter.
Segundo o delegado Felipe Ettore, da DH, Bruno foi indiciado como o mandante do sequestro. Já o menor que prestou depoimento na terça-feira (6) e Macarrão seriam os executores do sequestro de Eliza.
Denunciados pelo MP
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou, nesta quarta, Bruno e Macarrão pelos crimes de sequestro e lesão corporal. Segundo a polícia, os dois são suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio. Eles tiveram o pedido de prisão temporária decretada na manhã desta quarta.
O delegado disse que o depoimento do menor ajudou na investigação. "Ele esclareceu muitos elementos e dúvidas que se tinham até então, muitos detalhes informados que depois de checados fizeram essas informações se sustentarem," disse o delegado. Ele confirmou também que o menor teria testemunhado o estrangulamento de Eliza, mas o delegado disse não lembrar quem seria o assassino segundo o menor.
Denúncias
Desde a noite de terça-feira (6) até o início da tarde desta quarta-feira (7), o Disque-Denúncia do Rio recebeu 15 ligações sobre a possível localização do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes. As informações são do próprio órgão.Ainda de acordo com o Disque-Denúncia, desde o dia 26 de junho até esta quarta-feira (7) foram recebidas 30 ligações sobre o desaparecimento de Eliza.
No mesmo período, o Disque-Denúncia 181 de Minas Gerais recebeu 120 denúncias sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, de acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Minas Pela Paz. O 181 é um serviço da Secretaria Estadual de Defesa Social em parceria com o instituto. Desse total de denúncias, 30 teriam saído do Rio de Janeiro.
A assessoria do Instituto Minas Pela Paz afirmou ao G1 que não se manifesta sobre o teor das denúncias, pois se tratam de casos em investigação.
Pedido de Habeas Corpus
Um dos advogados do goleiro Bruno, Michel Assef Filho, afirmou que vai entrar com pedido de habeas corpus. Ele esteve no Fórum do Rio nesta manhã para pegar a cópia do pedido de prisão temporária do atleta do Flamengo. Assef informou que não sabe onde Bruno está.
"Eu vou impetrar um hc (habeas corpus) porque no meu entendimento não há fundamento para a prisão. Assim que eu conseguir contato com Bruno claro que ele vai se apresentar à polícia", afirmou o advogado.
Sobre o depoimento do menor na terça-feira (6), que teria complicado a situação do goleiro e de seu amigo 'Macarrão', Michel Assef Filho disse que ainda vai decidir se pede a anulação do depoimento.
Interrogatório
O jovem de 17 anos, que foi apreendido pela polícia na casa do goleiro, prestou depoimento por mais de sete horas na terça-feira (6), na Divisão de Homicídios do Rio. O interrogatório pode ajudar a polícia a desvendar todo o mistério em torno do desaparecimento de Eliza. Ele foi levado para Minas, para ajudar nas investigações que estão centralizadas por lá.
O adolescente foi encontrado na casa do jogador na tarde desta terça-feira, após uma denúncia. O goleiro Bruno estava em casa e abriu a porta para os policiais. De acordo com a polícia, o depoimento do menor foi considerado esclarecedor, apesar de ele ter entrado em contradição várias vezes. Durante o interrogatório, ele confirmou que Eliza está morta.
Segundo a polícia, o adolescente mentiu em alguns momentos. No interrogatório, de acordo com a polícia, ele contou que ajudou o Luiz Henrique Romão a levar Eliza Samudio e o bebê do Rio para o sítio do goleiro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
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