COTIDIANO
Cacique baleado em aldeia passa por testes no Trauma
Cacique Potiguara é militante na luta pelo direito dos índios à terra; ele foi baleado na última terça-feira (31) e continua em estado grave.
Publicado em 04/08/2012 às 6:00
Baleado na noite da última terça-feira, o cacique potiguar Geusivam Silva de Lima, de 30 anos, continua internado em estado grave no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Segundo o hospital, o paciente será submetido a testes para verificar se reage.
Segundo testemunhas, o cacique foi baleado por dois motoqueiros ainda não identificados quando jogava dominó com o também índio Claudemir Ferreira da Silva, 37, e dois adolescentes, na Aldeia Vergonha, em Marcação, no Litoral Norte paraibano. Silva, que cuidava da segurança de Lima, foi baleado na cabeça e morreu no local. O cacique, que também tomou dois tiros na cabeça, foi levado em estado grave para o hospital.
A frente da luta pelo reconhecimento dos direitos de seu povo à Terra Indígena Potiguara, Lima já havia recebido várias ameaças de morte, tendo inclusive registrado queixas na Superintendência da Polícia Federal no Estado e na Delegacia de Polícia de Rio Tinto. Na última delas, do início de maio, Lima acusava um outro índio de tê-lo ameaçado por causa de uma disputa material.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Estado, Marcelo Diniz Cordeiro, um inquérito policial foi instaurado na última quarta-feira e o delegado designado para o caso está tentando apurar se o crime teve motivações pessoais ou se o objetivo era atingir a comunidade indígena por meio do cacique.
“Ainda é cedo para apontarmos o que de fato aconteceu.
Estamos averiguando todas as possibilidades, considerando todas as informações já obtidas”, disse o superintendente.
Conforme Cordeiro, testemunhas relataram que os autores dos disparos foram de fato dois motociclistas e que o cacique já havia relatado ter sofrido ameaças de morte.
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