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COTIDIANO

Caetano proibido de cantar! Isso não combina com a democracia!

Publicado em 31/10/2017 às 6:33 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44

Em maio de 1981, Joan Baez veio cantar no Brasil.

Era a primeira vez que o público brasileiro ia ver ao vivo a musa americana da canção de protesto dos anos 1960.

Mas os shows foram proibidos.

O presidente, o último do ciclo militar iniciado em 1964, era o general João Figueiredo. O ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel.

Baez não cantou, mas aproveitou para fazer contatos políticos, como vemos nessa foto dela com o então líder sindical Lula. Eduardo Suplicy está em pé com a mão no queixo.


				
					Caetano proibido de cantar! Isso não combina com a democracia!

Seus fãs brasileiros esperaram longos 33 anos para vê-la no palco. Ela, afinal, se apresentou por aqui em 2014.

A proibição do show de Joan Baez ficou guardada na minha memória como nefasta lembrança de um tempo em que um concerto de música popular que percorria o mundo podia ser proibido no Brasil.

Nesta segunda-feira (30), lembrei do episódio envolvendo Baez quando vi Caetano Veloso impedido de cantar numa ocupação em São Bernardo do Campo.


				
					Caetano proibido de cantar! Isso não combina com a democracia!

Lembrei porque nunca mais ouvira falar de artistas proibidos de cantar. Joan Baez fora a última.

No período democrático, Caetano Veloso não tinha a experiência de ser proibido de cantar. Ele falou isso na entrevista que deu em São Bernardo.

Decisão judicial se cumpre, e foi uma juíza que decidiu pela não realização do show na ocupação Povo sem medo, em São Bernardo do Campo.

Mas a proibição não é compatível com a democracia.

Um artista se sente atraído por uma luta (a de famílias em busca de moradia) e resolve cantar para as pessoas envolvidas nessa luta. É absolutamente legítimo. E é muito estranho que a ele não seja permitida essa manifestação.

Achei melancólico. Fica como mais um episódio desses tempos em que - recorrendo ao próprio Caetano - as preocupações se sobrepõem às esperanças.

Na conversa com os jornalistas, Caetano Veloso citou Vinícius de Moraes:

Mais que nunca é preciso cantar!

Está na Marcha da Quarta-Feira de Cinza, da parceria com Carlos Lyra.

Alguns repórteres pareciam não saber do que se tratava. Também achei triste.

Imagem

Silvio Osias

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