COTIDIANO
Câmara suspende Cota Parlamentar de Wilson Santiago, mas pode 'derrubar' afastamento' em fevereiro
Publicado em 14/01/2020 às 21:05 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:48
Deputados irão analisar a decisão do ministro Celso de Mello, que determinou o afastamento, na volta do recesso parlamentar
A Câmara dos Deputados decidiu suspender o pagamento da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do deputado federal paraibano Wilson Santiago (PTB), investigado na 'Operação Pés de Barro', da Polícia Federal. Mas o Plenário da 'Casa' deve votar se mantém ou não o afastamento dele do mandato, determinado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de que o tema entre na pauta na primeira sessão do ano. Nos bastidores há uma articulação entre os deputados para 'derrubar' a decisão.
É que alguns deputados defendem que, até agora, as investigações só revelaram o envolvimento direto de assessores do deputado nas supostas entregas de propina. Por enquanto, argumentam, não há nenhum vídeo ou áudio que comprometa diretamente o paraibano.
Nesta terça-feira (14), o blog Pleno Poder publicou um levantamento colocando o parlamentar como o ‘campeão de gastos’ (entre os paraibanos) com a Cota Parlamentar em 2019.
Em nota, a Câmara dos Deputados declarou que tomou ciência da decisão do STF no dia 23 de dezembro do ano passado, quando os trabalhos parlamentares estavam em período de recesso. “Naquela data, a Câmara prontamente cumpriu a decisão e registrou o afastamento do deputado, bem como determinou que nenhuma despesa do parlamentar fosse paga mediante utilização de recursos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar”, diz um trecho da nota.
Entenda o caso
As investigações que originaram a 'Operação Pés de Barro' apuraram pagamentos de propina nas obras de construção da “Adutora Capivara”, no Sertão do Estado. A investigação possui vídeos que comprovariam a entrega do dinheiro a pessoas próximas a Wilson Santiago e, até mesmo, ao próprio prefeito de Uiraúna, João Bosco Fernandes, flagrado colocando recursos na cueca. Ao preço de R$ 24,8 milhões, a obra da Adutora de Capivara deveria ter sido concluída em junho do ano passado. Mas, mesmo com R$ 17 milhões já liberados, pouca coisa foi executada.
A defesa do deputado Wilson Santiago afirma que ele nunca recebeu propina e que não tem conhecimento de que seus assessores tenham recebido. “O deputado tem total interesse no esclarecimento desses fatos até para que ele possa comprovar a sua inocência”, declarou Luís Henrique Machado, advogado do parlamentar. Sobre os gastos com cota, o Blog procurou a assessoria do deputado Wilson Santiago, mas até agora não obteve retorno.
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