COTIDIANO
Campina Grande tem que disponibilizar leitos de reserva técnica conforme necessidade
MPPB e CRM orientaram que a SMS mantivesse a reserva técnica de leitos, mas que estes sejam prontamente disponibilizados à população.
Publicado em 25/05/2021 às 13:08
Uma reunião realizada na tarde de segunda-feira (24) entre o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB), a secretaria municipal de Saúde de Campina Grande e o Ministério Público da Paraíba (MPPB) discutiu a regulação de pacientes com Covid-19 nos hospitais públicos de Campina Grande. Após a reunião, CRM-PB e MPPB orientaram que a SMS mantenha a reserva técnica de leitos, mas que estes sejam prontamente disponibilizados à população, caso haja a necessidade.
A reunião foi convocada após uma confusão na semana passada, quando pacientes do Sertão e do Cariri serem encaminhados para internação em enfermarias em João Pessoa, devido a direção do Hospital Pedro I, em Campina Grande, ter informado que os pacientes não poderiam ser internados na unidade hospitalar.
O CRM foi representado pelo conselheiro e diretor de fiscalização, Bruno Leandro de Souza, que, em entrevista à TV Paraíba relatou que estava acontecendo uma falha na comunicação por parte da prefeitura de Campina Grande e as demais macros de saúde.
“O grande problema parece ser a falta de comunicação entre as regulações, ou seja, quem encaminha do estado com Campina Grande. Essa comunicação tem que ser muito eficiente para que qualquer paciente que precise da rede tenha o seu atendimento efetivado”, disse.
O médico também relatou o que pode ter acontecido para que os pacientes do Cariri e Sertão não tenham sido internados em Campina Grande mesmo havendo leitos não ocupados. “Parece que foram enviados e-mails e não foram observados. O que para nós é lamentável: essa demora e postergação para que o paciente ocupe o leito”.
Além disso, conselheiro relatou que existem problemas nas regulações estadual e municipal, em Campina Grande. “A saúde do município faz uma reserva técnica de leitos no hospital Pedro I, sob a justificativa que a unidade tem uma demanda espontânea de pacientes, ou seja, trabalha com ‘porta aberta’, recebendo todos os pacientes que o procura. No entanto, o CRM-PB entende que esta não é o melhor modelo de gestão”, disse Bruno Leandro.
Segundo ele, deve haver uma melhoria entre a comunicação entre prefeitura e estado para que os pacientes que precisam dos leitos os ocupem.
“O Pedro I tem 90 leitos de enfermaria e 20 deles ficarão como reserva técnica, bloqueados para pacientes que cheguem lá por demanda espontânea. O hospital também tem 60 leitos de UTI, onde 10 também ficarão bloqueados. Essa justificativa é para que pacientes que precisem do Pedro I como pronto atendimento tenham a garantia de serem atendidos, caso haja necessidade”, explicou.
Ainda segundo o médico, mesmo com a reserva técnica, caso haja a necessidade de pacientes de qualquer outra cidade ocuparem os leitos, eles devem ser disponibilizados.
De acordo com a promotora do MPPB, Adriana Amorim, "o hospital Pedro I, diante da carência de leitos que foi atualmente verificada, não fará bloqueio ou retenção de leitos e passará a informar, em tempo real, por meio do seu núcleo interno de regulação todas as admissões de pacientes", disse.
Ainda segundo a promotora, também ficou decidido que, a partir de agora, a prefeitura de Campina Grande, através dos boletins diários de ocupação de leitos divulgados pela secretaria municipal, informará como disponíveis apenas os leitos disponibilizados na rede pública de saúde e não mais os totais, com os leitos de hospitais particulares.
A iniciativa da reunião foi da Promotoria de Justiça em Defesa dos Direitos Difusos e Coletivos – Saúde. Além do conselheiro do CRM-PB, participaram a promotora Adriana Amorim, o promotor Raniere Dantas, o secretário estadual de saúde, Geraldo Medeiros, o secretário executivo de gestão da rede de unidades de saúde, Daniel Beltrammi, o secretário de saúde de Campina Grande, Filipe Araujo Reul, o diretor do Hospital Pedro I, Tito Lívio, o diretor técnico do Hospital de Clínicas, Jhony Bezerra, a diretora do Hospital da Criança e Adolescente, Taís Dantas, o diretor da UPA Alto Branco, Felipe Gadelha, o diretor do Hospital de Trauma de Campina Grande, Sebastião Silva Filho.
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