COTIDIANO
Capitão da PM é substituído após série de incidentes em Manaíra
Após série de assaltos e morte em saída de shopping, capitão Lábis declarou que não tinha viaturas suficientes para atuar na região. "Não sou vigia do shopping", disse.
Publicado em 14/10/2010 às 7:42
Karoline Zilah
O Comando Geral da Polícia Militar decidiu substituir o comando da 4ª Companhia, em Cabedelo. Até ontem, o setor estava sob responsabilidade do capitão Licksomar Lábis, mas já deve ser assumido nesta quinta-feira (14) pelo capitão Marcos Antônio Benevides, que era comandante da Polícia Florestal.
A substituição ainda não foi publicada no Diário Oficial do Estado, mas foi confirmada pelo coronel Carlos Américo, comandante do 1º Batalhão, ao qual a 4ª CIA é subordinada.
A saída de Lábis acontece em meio a uma série de polêmicas envolvendo o bairro de Manaíra, na Capital, cuja segurança está sob responsabilidade da 4ª CIA. O ponto crítico é a interseção do Manaíra Shopping com o bairro São José, local onde foram registrados inúmeros assaltos no último ano. O estopim da violência foi um assassinato ocorrido na madrugada do último domingo (10), quando um jovem que saía do estacionamento do shopping sofreu uma tentativa de assalto.
A polêmica se estendeu à discussão sobre a quem caberia a segurança na área. Foi quando o capitão Lábis afirmou que a área onde o crime aconteceu é de responsabilidade do próprio shopping. Segundo ele, no momento do assalto, uma viatura da polícia estava em uma outra saída do estacionamento. “Não sou vigia do shopping. Quando a polícia está em uma saída do estacionamento, os bandidos vão para outra saída. O shopping tem que ter sua segurança interna”, explicou.
Diante da declaração, o Paraíba1 registrou diversas reações de internautas que frequentam e moram no bairro. Eles se questionavam sobre a quem cabe a tarefa de cuidar da segurança do cidadão.
Mais tarde, um menor de idade acusado de participar do tiroteio que resultou na morte de Suênio Rocha Melo, de 30 anos, foi detido. Ele foi reconhecido pela namorada da vítima, mas ela disse não saber quem disparou o tiro que atingiu Suênio. O adolescente confessou que participou, mas negou ter efetuado a disparo.
O combate à criminalidade na região foi objeto de análises do capitão, que conceituou a violência local como consequência da desigualdade social. No período em que comandou a 4ª Companhia, ele atuou em diversas operações nos bairros São José, Mandacaru e Ipês.
Em março deste ano, Lábis atuou em uma operação de segurança no bairro São José, denominada de "Operação Asfixia", quando a região foi literalmente cercada à procura de criminosos.
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