COTIDIANO
Caso Dimas: Justiça arquiva investigações sobre envolvimento de jogador com morte de estudante
Polícia investigava morte de jovem de 19 anos após encontro com jogador do Corinthians, Dimas Cândido.
Publicado em 27/10/2024 às 15:15
A Justiça de São Paulo determinou o arquivamento do inquérito policial que investigava a a morte da estudante Livia Gabriele. A decisão é desta quarta-feira (23) e vem depois do Ministério Público concluir que não há indícios de que o ex-jogador do Corinthians, o paraibano Dimas Cândido, teve intenção de lesionar a vítima.
Lívia morreu vítima de quatro paradas cardíacas por conta de um sangramento vaginal durante uma relação sexual com o jogador.
O Ministério Público de São Paulo reconheceu a inexistência de qualquer indício de crime doloso contra a vida. Segundo o promotor de Justiça do Júri da Cidade de São Paulo, Leonardo Dantas Costa: "(...) Os elementos dos autos não demonstram que Dimas tenha, mediante sua conduta, assumido o risco da morte de Livia".
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O promotor destacou que o atleta acionou o socorro e seguiu as instruções médicas desde o início do atendimento, inclusive realizando massagem cardíaca.
"Concluídas as investigações, tendo sido realizadas múltiplas e extensas diligências, colhidos percucientes elementos de informação, não há evidências que permitam concluir pela existência de crime doloso contra a vida de Livia", finalizou nos autos.
Anteriormente, laudos oficiais já indicaram a ausência de violência e o não uso de drogas ou álcool por parte dos envolvidos.
Entenda o caso
Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, estava no apartamento de Dimas para um encontro em Tatuapé, na zona leste da capital paulista, quando foi levada ao pronto-socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado pelo jogador.
De acordo com informações de Lucas Sarri, tenente da polícia militar que atendeu a ocorrência, a vítima apresentou sangramento na região íntima e sofreu quatro paradas cardíacas. O paraibano Dimas, por sua vez, foi conduzido à delegacia e relatou que mantinha relações sexuais com a jovem, quando ela começou a passar mal.
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O jogador teve o apartamento periciado pela polícia e negou no Boletim de Ocorrência o uso de drogas ou de bebidas alcóolicas. O atleta informou, em depoimento à polícia, que durante a relação sexual, a jovem desmaiou e, a partir daí, ele ligou para o Samu.
De acordo com o registro policial, Dimas afirmou, ainda, que nunca havia se encontrado com Livia, mas que, como iria entrar de férias e viajar para João Pessoa, onde reside sua família, resolveram marcar o encontro.
No hospital, o pai da garota contou que a filha se encontraria com uma amiga para assistir ao jogo do Corinthians e São Paulo.
O que causou a morte de Lívia?
O atestado de óbito da jovem afirma que a causa da morte foi uma ruptura em uma região genital, chamada de saco de Douglas. O documento afirma que houve uma ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda da jovem. O saco de Douglas é uma região genital localizada na parte baixa do abdômen, entre o útero e o reto.
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O atendimento do Samu também foi analisado, com a médica relatando as dificuldades enfrentadas para chegar ao apartamento e os procedimentos realizados no local. O tempo decorrido até a chegada de Livia ao hospital foi igualmente mencionado como possível agravante para a morte da garota.
Jogador do Corinthians é paraibano
Dimas Cândido de Oliveira Filho tem 18 anos e é natural de João Pessoa. O meia integra o Sub-20 do Corinthians desde abril de 2023, quando foi contratado por empréstimo junto ao Coimbra.
Seu vínculo com o Timão é válido até 31 de janeiro de 2025. Caso o clube do Parque São Jorge queira comprar 50% dos direitos do jogador paraibano, precisará embolsar R$ 1,5 milhão. No ano passado, foram 12 jogos pelo clube do Parque São Jorge.
Em nota oficial, o Corinthians informou que “está ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base, aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as autoridades”.
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