COTIDIANO
Chacina do Rangel: sobrevivente acusa mulher de matar irmãos
Depoimento do tio do menino de 11 anos que sobreviveu à chacina do Rangel revela que a esposa de Carlos José seria a responsável por matar as três crianças.
Publicado em 15/07/2009 às 9:59
Karoline Zilah
Uma reviravolta surgiu no caso da chacina do Rangel, ocorrida há seis dias em João Pessoa. A novidade é que a polícia agora tem indícios de que Edileuza Oliveira dos Santos, de 26 anos, teria sido a responsável por matar as três crianças. A informação contraria o que disse Carlos José dos Santos, que no dia do crime assumiu toda a responsabilidade pela morte de cinco pessoas da família vizinha – pai, mãe e três filhos.
Em depoimento ao delegado Deusdedit Leitão, da 9ª Delegacia Distrital em Mangabeira, Antônio Lima dos Santos, tio dos meninos sobreviventes, afirmou que o garoto mais velho, Priciano, de 11 anos, lhe contou em uma conversa informal que foi Edileuza, e não Carlos, quem matou os irmãos dele. A criança, que ficou escondida debaixo da cama durante a chacina, narrou que escutou a esposa de Carlos amolando o facão do lado de fora da casa e, depois que o marido matou primeiramente o pai da família, entrou para executar as crianças.
Outro depoimento ratifica a versão que contada pela criança ao tio. Segundo o delegado, o primeiro policial militar que entrou na casa encontrou a mãe da família, Divanise, agonizando. Ela teria lhe dito que Carlos matou o marido e Edileuza se encarregou dos filhos dela. No entanto, ainda não está claro qual dos dois golpeou Divanise.
Até o momento, o Conselho Tutelar não liberou Priciano para ser ouvido. O menino ainda está bastante traumatizado, em estado de choque, e está sendo preparado para depor. Segundo Deusdedit, o prazo para a conclusão do inquérito se encerra no próximo sábado (18). A expectativa é ouvir o garoto até sexta. Caso não seja possível, o delegado vai pedir um prazo para ouvi-lo.
Deusdedit afirmou que a situação agora vai ficar mais complicada para Edileuza porque, até o momento, o marido dela, que está detido no presídio do Roger, havia assumido a autoria do crime sozinho. “Talvez ele quisesse proteger a esposa porque ela tem um bebê recém-nascido”, comentou. Quando foi autuada em flagrante, a acusada foi considerada cúmplice do crime e disse que apenas estava em casa e ouviu toda a gritaria, encontrando o marido logo em seguida nervoso por ter cometido os assassinatos.
Edileuza está detida em uma cela de observação do presídio feminino de Mangabeira, conhecido como Bom Pastor. A diretora Vitória Régia declarou em entrevista que a detenta já está na companhia do bebê para amamentá-lo e que poderá ser transferida, em breve, para o setor de creche da penitenciária. Há cautela com relação às demais presas, que anunciaram estarem revoltadas e quererem vingança pelo fato de Edileuza ter tido envolvimento no crime.
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