COTIDIANO
Chefe do Detran em CG está entre os presos da Operação Cascavel
Operação Cascavel investiga servidores do Detran e da Polícia Militar. Entre os presos está o coordenador do Renavam do Detran e o chefe da 1ª Circunscrição Regional de Trânsito, em Campina Grande.
Publicado em 29/08/2008 às 10:25
Karoline Zilah
A Polícia Federal confirmou que, até as 10h desta sexta-feira (29), já foram cumpridos 27 dos 35 mandados de prisão para os envolvidos em um esquema de regularização fraudulenta de carros roubados. Até o momento 22 acusados detidos estão na superintendência da PF e cinco estão no presídio do Roger, ambos em João Pessoa, e entre eles está o coordenador do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), Aureliano Delfino e o chefe da 1ª Circunscrição Regional de Trânsito, Luiz Justino.
A assessoria da instituição aguarda posicionamento de juiz sobre a possibilidade de liberar a lista com os nomes deles em uma coletiva de imprensa às 16h desta sexta. No total, a PF tem em mãos 35 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 6ª Vara Criminal da Capital.
Servidores do Detran e da Polícia Militar foram citados nas investigações, que tiveram início em fevereiro deste ano. A Operação Cascavel foi deflagrada às 3h da madrugada desta sexta com a finalidade de cumprir 12 mandados de prisão em João Pessoa, 15 em Campina Grande, quatro em Santa Rita, um em Catolé do Rocha, um em Esperança, outro em Paulista, no estado de Pernambuco, e um último no município de Arapiraca, em Alagoas.
De acordo com Deusimar Guedes, assessor de imprensa da Polícia Federal, foram apreendidos documentos que apresentam referências sobre a adulteração de cadastros de veículos no Detran da Paraíba. Muitos dos 300 carros roubados também foram localizados pela PF, mas o número ainda não foi contabilizado e a maioria deles já estava desmanchada. Ainda foram encontradas armas nas residências de alguns dos acusados.
A PF explicou que o esquema consistia, primeiramente, no furto dos veículos, que tinham seus sinais identificadores modificados, normalmente em várias sucatas localizadas na Paraíba, para serem legalizados por meio de estelionatários e despachantes que obtinham Certificados de Licenciamento e Registro dos Veículos (CRVLs) expedidos pelo Detran.
A organização criminosa estaria atuando em vários estados contando com a colaboração de agentes públicos responsáveis pela inserção de dados falsos no sistema "Renavam", gerenciado pelo Detran da Paraíba e pelas Ciretrans de Campina Grande e Catolé do Rocha. O servidores do Detran teriam a função de alterar dados no sistema para colocar os carros roubados em circulação.
Atualizado às 11h53
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