COTIDIANO
Chefe do tráfico de drogas no Rio de Janeiro é filho de paraibano
Paraibano Manoel Francisco da Silva, de 60 anos, é pai de Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão e acusado de ser líder do tráfico de drogas no Alemão.
Publicado em 04/12/2010 às 15:40
Da Redação
Com Folha.com
O paraibano Manoel Francisco da Silva, de 60 anos, é pai de Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão e acusado de chefiar o tráfico de drogas no Complexo do Alemão (zona norte do Rio de Janeiro).
Nesta sexta-feira (3), Manoel foi preso sob suspeita de ter um comércio ilegal de gás de cozinha (GLP) na favela. A polícia chegou até o estabelecimento de Manoel a partir de denúncia de que no endereço havia um comércio ligado ao tráfico de drogas.
No local, policiais do Bope não encontraram evidências de tráfico, mas 78 botijões de gás, dos quais 73 vazios, e R$ 4.890,00 em dinheiro. A pena prevista é de um a cinco anos.
Manoel contou que recebe R$ 700 de aposentadoria e que montou o depósito em 2006, para complementar a renda e sustentar a casa na qual vivem a mulher, dois filhos e cinco netos. Dois dos netos que vivem em sua casa, de 17 e 12 anos, são filhos de Pezão.
A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) constatou a irregularidade. Silva foi autuado por crime contra a ordem econômica por vender derivado de petróleo sem autorização.
Liberação
Neste sábado (4) o paraibano foi solto apõs pagar a fiança de R$ 4.500 mil. Segundo informações do 38ª DP, os dois advogados de Manoel Francisco comparecerem à delegacia para acompanhar o depoimento. Manuel ainda terá que responder pela falta de habilitação.
História
Nascido na Paraíba, Manoel mudou-se para o Rio há 41 anos. Pezão, mais velho de cinco filhos, nasceu no Alemão. Ele contou que tem chorado e sofrido muito desde que foi identificado como o pai do traficante.
Segundo Silva, desde os 12 anos o filho mais velho quase não vivia com a família e que, a partir de 17, passou a viver exclusivamente do tráfico. "Às vezes, a mãe ia vê-lo e em menos de 15 minutos ele mandava ela voltar. Ele não queria a gente por perto para não acontecer isso aí. Agora estamos sentindo na pele".
O paraibano tentou convencer o filho a mudar de vida, mas não teve jeito. "Ninguém coloca o outro no mau caminho. A pessoa é que escolhe".
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