icon search
icon search
home icon Home > cotidiano
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

COTIDIANO

CHICO BUARQUE AO VIVO NO RECIFE? VI EMBEVECIDO!

Publicado em 07/05/2018 às 6:22 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43

Em 1966, eu tinha apenas sete anos quando, pela voz de Nara, Chico Buarque entrou lá em casa com A Banda.

Em 1967, ele, um jovem compositor de 23 anos, me conquistou em definitivo cantando Roda Viva com o MPB4 naquele festival de Ponteio, Domingo no Parque e Alegria Alegria.

O Chico que agora revejo ao vivo, na passagem da turnê Caravanas pelo Recife, tem quase 74 anos.

Nesse longo intervalo, fomos muito fortemente marcados pelo seu cancioneiro.

O show, inevitavelmente, dá conta desse tempo.

E dialoga com o Brasil de hoje.

Daquele começo, segunda metade da década de 1960, Chico revisita dois momentos seus com Jobim.

No primeiro, Retrato em Branco e Preto, confessa que gostaria de ter feito também a melodia. O segundo é Sabiá, canção de exílio que, em 1968, foi contraposta a Caminhando, de Vandré.

O show começa e termina (antes do bis) com Minha Embaixada Chegou, precioso samba de Assis Valente que, como Mambembe e Partido Alto, vem da trilha do filme Quando o Carnaval Chegar.

O povo pede licença pra na batucada desacatar.

Gota d'Água vai conduzindo o espectador pela década de 1970. Assim como Homenagem ao Malandro e Geni e o Zepelim, da primeira versão da Ópera do Malandro. A Volta do Malandro e Palavra de Mulher já são da safra de canções escritas para o filme de Ruy Guerra.

Praticamente não há clássicos do repertório dos anos 1960 e 1970.

No set list, predomina o que ele escreveu a partir da década de 1980.

São canções do Chico que enviesou seu modo de compor. Que foi (e ainda é) tantas vezes criticado por fazer assim, mas que mostra não só como são belas essas músicas todas, também que têm permanência, que resistem à ação do tempo.

Há os parceiros. Edu Lobo, Cristóvão Bastos, Jorge Helder, o neto Chico Brown.

Há pequenos sets. Como aquele bem bluesy, um pouco jazzy, que começa com Blues Pra Bia, segue com A História de Lily Braun, termina com A Bela e a Fera.

Há a homenagem a Wilson das Neves, que morreu no ano passado. Das Neves, grande baterista, notável cantor de sambas. O show é dedicado a ele.

Há o repertório do disco novo. Caravanas. Primoroso.

Antes do bis, o programa termina com As Caravanas, que é nova, Estação Derradeira, que tem mais de 30 anos, e, como na abertura, com o Assis Valente de Minha Embaixada Chegou.

Estação Derradeira é sobre esse Rio de amor que se perdeu.

As Caravanas comenta nosso apartheid social a partir do Rio.

Minha Embaixada Chegou é do tempo dos malandros que não existem mais.

Chico Buarque no palco é um dos muitos retratos possíveis das belezas do Brasil.

Caravanas é um recorte pouco linear do seu vastíssimo cancioneiro.

Paratodos, na despedida, resume tudo.

"Vou na estrada há muitos anos. Sou um artista brasileiro".

Imagem

Silvio Osias

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp