COTIDIANO
Chuck Berry se despede com disco que não decepciona
Publicado em 12/07/2017 às 6:40 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
Chuck Berry fez 90 anos em outubro de 2016. Morreu em março de 2017.
Deixou um disco pronto. Ou quase pronto.
Temi que não estivesse à sua altura. Por causa da idade avançada. E do que acontece com tantos trabalhos póstumos.
Mas Chuck (que acaba de ser lançado no mercado brasileiro) é muito bom!
Seu último disco de inéditas (Rock It) tem quase quatro décadas. De lá para cá, lançou o álbum (ao vivo) comemorativo dos seus 60 anos e fez muitos shows pelo mundo. Disco novo, à medida em que a idade avançava, ninguém esperava mais.
Mas eis que o velho Berry surpreendeu no fim da vida.
Chuck é trabalho de um homem velho. Um artista que já fez tudo. Há "truques" de estúdio para suprir as limitações (a voz frágil, a guitarra imprecisa) trazidas pela idade. O filho, guitarrista como o pai, está no estúdio, tocando e aperfeiçoando o que foi gravado.
O resultado não decepcionará os admiradores do grande artista que Chuck Berry foi.
Está tudo lá: a voz inconfundível, a guitarra que influenciou tanta gente, as músicas irresistíveis, o universo poético (tão intuitivo quanto inteligente) do letrista. Blues, balada, country waltz e - claro! - o melhor rock'n'roll!
Como não havia mais o que inventar, Berry se reinventa. Dois exemplos: Lady B. Goode dialoga com seu maior sucesso, Johnny B. Goode. Jamaica Moon recria Havana Moon.
São 10 faixas. Apenas 35 minutos.
É o adeus de um dos pais do rock.
E inventor de um estilo de fazer rock que, de tão singular, deve levar seu nome!
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