COTIDIANO
Confira entrevista com acusado da 'Chacina do Rangel'
Edição desta quinta (16) do Jornal da Paraíba traz entrevista com Carlos José Soares de Lima, acusado de matar, juntamente com a esposa, Edileuza Oliveira, cinco pessoas da mesma família.
Publicado em 16/09/2010 às 11:06
Da Redação
Com Valéria Sinésio do Jornal da Paraíba
A edição desta quinta-feira (16) do Jornal da Paraíba traz uma entrevista com Carlos José Soares de Lima, acusado de matar, juntamente com a esposa, Edileuza Oliveira, cinco pessoas da mesma família. O crime que aconteceu em 9 de julho de 2009 ficou conhecido como 'Chacina do Rangel'.
O julgamento dos acusados do crime acontece nesta quinta no 1º Tribunal do Júri, em João Pessoa. O Paraíba1 realiza a cobertura completa do júri. Acompanhe!
A entrevista concedida nesta quarta-feira (16), teve o acompanhamento do defensor público Jerônimo Ribeiro.
Carlos José disse que estava arrependido e que se considera uma boa pessoa. Durante os 15 minutos de conversa, ele sorriu por várias vezes, mesmo quando relatou detalhes do crime. O acusado disse que nunca teve intenção de matar os vizinhos, mas foi fraco. A entrevista aconteceu na sala do diretor do PB-1.
Entrevista
Jornal da Paraíba - Como está a expectativa para o julgamento?
Carlos José - Estou pedindo muita força a Deus, rezo bastante.
JP- Como você acha que será sua defesa?
CJ - Acredito primeiramente em Deus e depois no doutor Jerônimo.
JP - Tem notícias de como está Edileuza e seu filho?
CJ - Dela não, mas sei que meu filho está bem, graças a Deus. Sei que ele corre risco de vida por ser filho meu e de Edileuza. Peço se alguém pensa em fazer o mal para meu filho, peço que faça comigo. Ele é tudo que tenho na vida, eu o amo bastante.
JP - O que aconteceu na madrugada de 9 de julho?
CJ - Cheguei por volta das 5h30. Assisti a novela e o jogo, como sempre fazia e, por volta das 23h, Edileuza me chamou. Ela ficou agoniada com as ameaças que Moisés fazia comigo, foi quando entrei em desespero e fiquei muito nervoso. Fui para a casa dos vizinhos, ela insistiu para ir comigo, mas não deixei. Quando eu cheguei à casa de Moisés, Edileuza chegou em seguida e a partir desse instante não tive mais como evitar.
JP - Que ameaças eram essas?
CJ - Tudo começou com um ‘cascudo’ que dei em um dos filhos de Moisés. Edileuza queria bater no menino, ‘estourá-lo na parede’, mas eu sempre fui contra. Depois Moisés foi na minha casa, pegou uma galinha e a matou. Em seguida, disse que faria o mesmo comigo.
JP - Você está arrependido?
CJ - Com certeza. É algo que eu não deveria ter feito, que não desejo para ninguém. (Nesse instante, Carlos José começa a rir...e se desculpa). Quero pedir perdão por estar sorrindo, sei que não deveria agir assim.
JP - Tem planos para o futuro?
CJ - Vou sair daqui de cabeça erguida. Vou vencer e pagar o que devo à Justiça. Ainda que seja dez ou 20 anos, o que quero é tirar o tempo de cadeia sossegado, sem perturbar ninguém. Depois quero trabalhar, não sou um matador.
JP - O que você diria à família das vítimas?
CJ - Pediria perdão. Sei que poderia ter evitado a tragédia, mas fui fraco. Eu não sou uma pessoa de confusão.
JP - E se fosse com a sua família, você perdoaria?
CJ - Sim, pois eu não sou uma pessoa má, tenho um bom coração.
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