COTIDIANO
Corregedor marcado para morrer diz que anda armado e faz a própria segurança
Homem marcado para morrer pelos grupos de extermínio que atuam no Estado diz que não vai alimentar a “neurose do medo”.
Publicado em 07/01/2010 às 13:36
Phelipe Caldas
“Eu faço a minha própria segurança. Atiro bem, ando armado e estou preparado para agir diante de uma situação de perigo”. Esta foi a declaração do corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública da Paraíba, o delegado da Polícia Federal Magnaldo Nicolau da Costa, homem marcado para morrer pelos grupos de extermínio que atuam no Estado ao dizer nesta quinta-feira (7) que não anda com seguranças armados ao seu lado e que não vai alimentar a “neurose do medo”.
Ele diz que está tranquilo e que o esquema montado para lhe assassinar, descoberto recentemente pela Polícia Federal, não chega a lhe surpreender. “Trabalhamos ao lado do secretário Gustavo Gominho com duas prioridades. A criação de um serviço de inteligência eficiente e uma corregedoria que investigue a fundo os maus policiais. Sabíamos que isto levaria a uma reação do crime organizado”, declarou.
Magnaldo declara ainda que, agora, o objetivo prioritário das autoridades da área de segurança pública da Paraíba deve ser a criação de uma Corregedoria Unificada, “que funcionaria fora da estrutura das duas polícias e atuaria de forma autônoma e independente para investigar todos os policias”.
Para isto, a Assembleia Legislativa da Paraíba precisaria aprovar uma lei complementar com quórum privilegiado criando o novo órgão. E com este objetivo, ele promete procurar os deputados estaduais paraibanos para discutir a questão. “Esta seria a forma mais eficiente para corrigir o problema”, resumiu.
Num segundo momento, ele diz que seria necessário convocar bons policiais para participar desta nova corregedoria. “Estes homens precisariam ter um perfil policial com boa formação moral e conduta insuspeita. Porque serão policiais investigando policiais e para isto o candidato tem que ter um aguçado senso de justiça”, destaca.
Ele lembra, inclusive, que numa corregedoria destas não existe espaço para corporativismo. “Não vamos estar atrás de colegas, mas vamos estar atrás de bandidos. Porque quem comete este tipo de crime é criminoso e não merece vestir a farda da Polícia Militar”, disparou.
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