COTIDIANO
Cresce número de casos de pessoas vítimas de animais peçonhentos
Picadas de cobras, aranhas e escorpiões cresceram 37% nos últimos seis anos em todo Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
Publicado em 10/08/2010 às 8:24
Do G1
José Pinheiro estava na selva amazônica quando foi picado por uma cobra na perna. Levou sete horas e meia até chegar a um hospital.
“Eu entrei em coma. O prognóstico era amputação da perna, devido à demora, ou que eu chegasse à morte”, lembra o cineasta José Pinheiro.
Ele ficou imóvel por 50 dias. Levou sete meses para se recuperar.
Acidentes como o de José Pinheiro cresceram 37% nos últimos seis anos em todo Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Subiram de 68 mil casos em 2003 para 90,5 mil no ano passado, com 309 mortes.
Jararacas nem foram as principais responsáveis. Quando se pensa em animal venenoso, em animais peçonhentos, os primeiros que vêm à nossa cabeça são as cobras, as serpentes. Mas existem animais, menores, que podem ser tão letais - ou até mais - do que as serpentes. Por exemplo: escorpiões, lagartas e aranhas.
Quando o autônomo Francisco da Silva acordou, havia um escorpião na rede. levou uma ferroada: “Poucos minutos não sentia mais a minha pele. Estava pinicando minha pele, depois choque, me colocaram na rede, comecei a tremer”.
Escorpiões são os maiores responsáveis pelos acidentes: são mais de 45 mil casos. Em seguida vêm as cobras, com quase 23 mil casos. Depois as aranhas com mais de 18 mil acidentes. Quanto menor a aranha, mais venenosa. Nem todo acidente com cobra acontece nas matas.
“Hoje o acidente não está restrito à área rural, na área urbana também é possível”, destaca o veterinário do Instituto de Biologia do Exército, tenente Marcelo Santiago.
Chuvas podem aumentar o número de ocorrências, porém a maior razão do aumento é apontada pelo biólogo Cláudio Machado.
“Os roedores são o principal alimento das cobras venenosas, então a pessoa acumulando material de construção e lixo próximo das casas está criando um ambiente próprio para esses animais”, diz o biólogo Cláudio Machado.
O aviso do biólogo vale para todos os bichos peçonhentos.
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