COTIDIANO
Culinária Junina: tradição e arte na mesa do paraibano
Para muitos paraibanos o mês de junho é a mais esperada época do ano e não são poucos os que consideram a gastronomia típica como a parte principal da festa.
Publicado em 24/06/2009 às 7:17 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:39
Tatyana Valéria
Especial para o Paraíba1
Dançar forró, acender a fogueira, comer pamonha e canjica. Para muitos paraibanos, o mês de junho é a mais esperada época do ano e quando cada um escolhe o que há de melhor no São João, não são poucos os que consideram a gastronomia típica como a parte principal da festa.
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Josefa Maria Barbosa, de 69 anos, mais conhecida como dona Sinhá, é uma dessas pessoas. Aprendeu ainda criança a arte de fazer pamonhas e canjicas, com receitas que foram passadas de mãe pra filha. “Antigamente era comum todo mundo se reunir para preparar as comidas da noite de São João”, diz a cozinheira, que hoje é uma especialista no preparo da pamonha, considerada por muitos como a melhor comida do São João.
Dona de um pequeno comércio em Campina Grande, ela vê seus lucros aumentarem no mês de junho com a venda das comidas típicas, além da galinha de capoeira limpa e temperada pronta pra ir ao fogo, que ela mesma prepara no pequeno espaço da sua cozinha.
Seu maior prazer, no entanto, é poder compartilhar essa delícia com sua família e amigos. São dias de preparação, que começam com a escolha de bons ingredientes, sendo o principal o milho, que precisa estar verde e suculento. As espigas com grãos mais duros vãodireto para panela.
Perguntada se sua pamonha tem algum segredo, Dona Sinhá responde ressabiada. “Toda comida boa tem um segredo, mas o principal é fazer as coisas com satisfação”, diz.
Seu desejo agora é poder passar sua receita secreta adiante, de preferência a alguma neta mais habilidosa na cozinha, “hoje as moças não querem mais aprender a cozinhar”, responde com uma ponta de preocupação. Enquanto espera uma nova substituta, Dona Sinhá continua fazendo a alegria de quem aprecia essa iguarianordestina, e não abre mão de uma boa pamonha na noite de São João.
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