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COTIDIANO

Bowie foi homem e mulher, hétero e homo, velho e novo

Publicado em 08/01/2019 às 8:40 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36

Sexta-feira, oito de janeiro de 2016.

Na minha coluna na CBN, falei de dois aniversariantes do dia, Elvis Presley e David Bowie.

Elvis, se vivo fosse, estaria completando 81 anos.

Bowie festejava 69 com o lançamento de Black Star, seu novo disco.

Não imaginávamos que o artista estava morrendo.

Na segunda-feira, 11, acordamos com a notícia: David Bowie morrera no domingo.

Provavelmente, um suicídio assistido. Era paciente terminal com câncer no fígado.


				
					Bowie foi homem e mulher, hétero e homo, velho e novo

David Bowie, com alguns dos seus melhores discos, fez parte da minha adolescência.

Primeira metade dos anos 1970.

O dono dos discos - um amigo da vizinhança - foi longe demais nas histórias de Bowie. Levado por homenzinhos verdes - relatou - numa nave imensa, pisou no planeta vermelho e voltou para casa.

Voltou mas não voltou. Se é que me entendem.

Os discos de Bowie saíram da minha vida junto com o surto do meu amigo. Nem cheguei a alcançar, com o olhar contemporâneo, a trilogia Low, Heroes e Lodger.

Somente em 2012, nos 40 anos de Ziggy Stardust, recuperei Bowie - esse artista imenso.

Cada disco das audições da adolescência. E os que se seguiram. Um a um. Numa corrida em busca do tempo perdido. Um pouco menos de quatro anos, entre a redescoberta de Ziggy e a morte do artista.

*****

O David Bowie que me restou, entre o quadragésimo aniversário de Ziggy Stardust (ainda de devastadora beleza) e o dia em que amanheci com a inesperada notícia de sua morte, tem o sabor inevitável de uma descoberta tardia. Mas não ouvi-lo teria sido muito pior. Não tê-lo a enriquecer a minha discoteca equivaleria, de resto, a ignorar o óbvio: o que sua música e sua figura (performance no palco, cinema, moda, comportamento, ousadia, experimentalismo) representam para a cultura pop da segunda metade do século passado.

A tese tropicalista de entrar em todas as estruturas e sair (inteiro) delas, Bowie viveu intensamente em sua carreira. Do pop mais banal ao experimentalismo mais ousado. Até o jazz que norteara a excepcional Sue, de 2014, que remete ao Milton Nascimento de Cais e Trastevere. Se me perguntam pelo Bowie que prefiro, digo que é o dos anos 1970, talvez pelo gosto do olhar contemporâneo. Mas o melhor é ouvi-lo todo. Só o conjunto dará a dimensão do artista extraordinário que ele foi.

*****


				
					Bowie foi homem e mulher, hétero e homo, velho e novo

Três CDs duplos ao vivo foram lançados depois da sua morte. Cracked Actor é semelhante a David Live dos anos 1970. Welcome to the Blackout é parecido com Stage, também da década de 1970. Glastonbury 2000 chegou ao mercado no final de 2018. O título já diz tudo: traz o registro do show de Bowie na edição do ano 2000 do Festival de Glastonbury. Podemos juntá-los a outro duplo ao vivo editado quando o artista ainda estava vivo: Reality Tour.

São retratos expressivos de Bowie no palco.

Nos estúdios e nos palcos, David Bowie deixou as marcas de um grande artista pop do seu tempo. Na música e fora dela, Bowie era tudo. Foi homem e mulher, hétero e homo, velho e novo.

Imagem

Silvio Osias

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