COTIDIANO
Debate nuclear continua parado
As delegações concordaram em fazer uma nova reunião no dia 3 de julho.
Publicado em 20/06/2012 às 8:00
As negociações entre o Irã e as potências mundiais do grupo 5+1 fracassaram ontem após a reunião sobre o programa nuclear persa. As delegações concordaram em fazer uma nova reunião no dia 3 de julho, em Istambul, de acordo com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
A representante e líder da delegação de potências afirmou que ainda persistem "diferenças significativas" entre os dois lados. "A escolha é do Irã. Esperamos que o país decida se está disposto a manter as negociações".
Ashton disse que a reunião deveria se concentrar nas questões políticas.
Os seis países - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha- pediram a suspensão do enriquecimento de urânio, mas Teerã reivindicou o fim das sanções e o reconhecimento do programa nuclear.
O chefe das negociações iraniano, Saeed Jalili, afirmou que espera por outras novas reuniões com as potências, apesar do fracasso dos últimos dois encontros.
O representante persa afirmou que "não há razões" para duvidar do caráter pacífico do programa nuclear do país e que as sanções contra o Irã são "ilegais".
Jalili ainda exigiu que o país possa enriquecer urânio "em todos os níveis", apesar de aceitar um acordo para o fornecimento de combustível.
ENRIQUECIMENTO
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que estaria disposto a deixar de enriquecer urânio a 20% se receber a "garantia" das grandes potências de que fornecerão o combustível nuclear de que necessita.
"A República Islâmica do Irã sempre disse que se os países europeus entregarem ao Irã combustível a 20%, o Irã deixará de enriquecer a esse nível. Se nos derem a garantia de que nos fornecerão o combustível a 20% para nossos reatores, não haverá problema", disse o mandatário, no site da Presidência.
Segundo a presidência, Ahmadinejad "insiste sobre o fato de que [o Irã] está disposto a negociar o enriquecimento de urânio a 20% no âmbito de uma cooperação" com as grandes potências.
Os países do Ocidente, especialmente os Estados Unidos, suspeitam que o programa nuclear iraniano acoberta o desenvolvimento de bombas atômicas, o que Teerã nega.
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