Delegado diz que eram três os sequestradores de empresário

Maurício Melo

O delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Wagner Dorta, revelou que grupo que sequestrou família de empresário paraibano era formado por três pessoas e que o terceiro, Odim Americano, seria justamente o líder e está foragido. Os dois presos, Leandro Carvalho Leite e Francis Prado Figueiredo de Lyra, ambos de 34 anos, detidos na madrugada desta quarta-feira (31), confessaram fazer parte do crime organizado do Rio de Janeiro e que têm atuado em ações criminosas pelo Nordeste.

Eles são foragidos da Justiça do Rio de Janeiro, especializados em assaltos a bancos e sequestros. Leandro fugiu do presídio Bangu I, onde cumpriu pena durante 13 anos. Os dois provavelmente chegaram ao Estado de avião e passaram a estudar a rotina de Herbert Maia e de seus familiares, que ficaram reféns por várias horas no Cabo Branco. Agora, os dois estão detidos no presídio do Roger.

A Polícia Civil de Maceió procurou a Paraíba com a suspeita de que Leandro Carvalho teria participado de um grande sequestro ocorrido lá na semana passada. Ele foi identificado por uma tatuagem que possui na mão. Além deste, este trio é suspeito de participar de dois outros sequestros em Recife.

Como aconteceu

De acordo com o tenente Fernandes, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, tudo começou quando Elizete Maia saía de uma padaria no bairro de Manaíra, pouco antes das 19h da terça-feira (30). Ela é esposa do empresário Herbert Maia, diretor da Construtora Hema, e ele seria o verdadeiro alvo da ação.

O grupo seguiu para o apartamento da família, no edifício Varandas do Atlântico, onde também fizeram reféns duas filhas do casal, uma nora e uma empregada doméstica. No entanto, o porteiro do edifício desconfiou da atitude da moradora na chegada e acionou a Polícia Militar.

A participação de Odim se resumiu, no momento da ação, a seguir o grupo, segundo a Polícia, num Honda Civic de cor prata, e logo que percebeu a chegada dos policiais no prédio, avisou os comparsas e fugiu em seguida.

Um grupo da PM entrou em confronto com os sequestradores e um soldado, Joelton Ribeiro Carneiro, de 23 anos, foi baleado no pescoço e precisou ser submetido a uma cirurgia. Ele corre risco de ficar paraplégico. Os bandidos só se renderam após 7 horas de negociações, quando tiveram atendidas suas exigências, que visavam garantir uma rendição não violenta.