icon search
icon search
home icon Home > cotidiano
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

COTIDIANO

Denúncia de regalias

Após morte de colega, monitores do CEJ denunciam falta de segurança e benefícios para jovens infratores.

Publicado em 03/03/2012 às 6:30


A morte do monitor do Centro Educacional do Jovem (CEJ), em João Pessoa, Edson Fernandes Mota, de 53 anos, durante o resgate de dois internos da instituição na última quinta-feira, desencadeou uma série de denúncias feitas por funcionários da instituição. Conforme os monitores a morte já era esperada tendo em vista que os monitores não têm segurança. Eles afirmam ainda que os jovens que cumprem medida socioeducativa recebem benefícios como celulares e drogas, mesmo estando reclusos.

O assassinato do colega de trabalho causou revolta em todos os funcionários, que afirmam ser heróis. “Estamos desprotegidos.

Nós trabalhamos com adultos infratores, de alto grau de periculosidade e nós não portamos sequer uma arma letal. Eles se agrupam em alas e armados com espetos nos ameaçam de morte. Nós enfrentamos eles apenas com o corpo, correndo risco de vida”, disse um monitor que preferiu não se identificar.

O monitor Edson Mota foi assassinado com um tiro na cabeça e outro no tórax quando retornava ao CEJ, após levar dois internos para uma consulta médica sem o apoio de uma guarnição da Polícia Militar . De acordo com a polícia, a poucos metros do CEJ, o veículo em que estavam o monitor e os dois internos, foi interceptado por um Chevrolet Celta, de cor preta no qual estavam quatro homens armados que resgataram os internos e efetuaram vários disparos contra o monitor.

A vítima era casada e pai de dois filhos. Os monitores lamentaram a morte e afirmaram que o transporte dos internos é feito diariamente, sem apoio policial. “Nós sempre levamos os internos no carro da Fundac sem escolta policial para consultas médicas e audiências. Já tentamos realizar uma reunião com a direção do centro e com a presidente da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac) para que houvesse um esquema de segurança nessas transferências, mas eles não deram atenção,” afirmou o monitor.

Os funcionários do CEJ denunciaram ainda que são frequentemente agredidos pelos internos e coagidos pela direção da instituição a não registrar o caso da delegacia. “No último sábado houve um princípio de rebelião no CEJ e os funcionários que estavam de plantão tiveram que controlar a situação porque a direção não permite que a polícia entre na instituição, provavelmente para não ver as regalias que os internos dispõem, como DVD, celulares e até drogas,” completou o monitor.

O monitor Edson Mota foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério Senhor da Boa Sentença. Ao ser atingido pelos disparos ele foi socorrido para o Hospital de Emergência e Trauma, mas faleceu por volta das 21h da última quinta-feira. Os familiares preferiram não conceder entrevista.

PLANEJADO
A tenente Viviane, do 5º Batalhão de Polícia Militar informou que provavelmente o resgate dos internos foi planejado no interior do CEJ, já que os internos têm acesso a celulares. “Como pode um veículo funcional que vai fazer a transferência de presos algemados, maiores de idade não contar com uma escolta policial solicitada pela direção? Era uma tragédia iminente,” afirmou a militar.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp