COTIDIANO
Depoimento exemplifica a destruíção do vício
Curiosidade ou fuga dos problemas podem ser desculpas para o consumo do crack, droga que em pouco tempo vicia e destrói.
Publicado em 27/11/2011 às 12:22
Com a falsa ilusão de esquecer os problemas e minimizar as dores de um coração fragilizado pelo término de um namoro, Paulo (nome fictício), 33 anos, resolveu experimentar o crack.
Com a ajuda de pessoas que se diziam amigas, ele teve acesso fácil à pedra destruidora. “Foi um dos meus amigos que me deu o crack pela primeira vez. Daí, ele me orientou como eu poderia consegui-la e quanto custava”, revelou.
Paulo contou que, a princípio, queria usar o crack de forma esporádica, apenas em momentos de tristeza e cansaço. “O vício logo tomou conta de mim, era algo que não tinha como conter, era mais forte que eu”, afirmou. Nascido em família de classe média alta, formado em direito, tinha tudo para se dar bem na vida. Tinha, mas o crack o impediu.
O vício o fez perder praticamente tudo em pouco tempo, inclusive o emprego. “Quando meu dinheiro acabou, comecei a vender as coisas de casa", disse. “Lembro que fiquei trancado no quarto uma semana inteira só usando as pedras, eu me acabei como profissional e como ser humano”.
Nesse período, Paulo perdeu mais de 20 quilos e se tornou uma pessoa desleixada com a aparência. “Não ligava em fazer barba, cortar cabelo, tomar banho... O crack, era suficiente”, declarou. Por várias vezes, relutou em aceitar ajuda. “Isso só aconteceu quando agredi minha irmã, porque queria obrigá-la a me dar dinheiro para comprar droga. Naquele dia, quando a vi caída no chão, chorando e meus pais ao lado, com olhar de decepção, decidi que queria outra vida”, relatou Paulo.
Depois disso, ele passou um período internado em um centro de reabilitação em outro Estado e conseguiu se livrar da droga.
“Estou livre há três anos”, confessou. “O conselho que deixo, principalmente para os jovens é que não se deixem levar pela curiosidade. Não experimentem o crack, uma pedra basta para acabar a sua vida”, lamentou. “A droga quase destruiu minha família e minha vida, não quero passar por isso nunca mais”.
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