COTIDIANO
Detenta é transferida para presídio em Mangabeira
Direção do Serrotão transfere detenta que foi agredida pelas duas presidiárias que morreram carbonizadas nesta quinta-feira (5).
Publicado em 07/01/2012 às 6:30
Após o incêndio no Presídio Feminino do Serrotão, em Campina Grande, que deixou duas presidiárias mortas e outras quatro feridas, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) decidiu transferir para João Pessoa a detenta que teria se envolvido numa briga com as vítimas, minutos antes do incidente.
Aline Fernanda Queiroz, de 23 anos, foi encaminhada por volta das 23h da última quinta-feira e chegou na madrugada de ontem à Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, no bairro de Mangabeira.
A transferência foi autorizada pelo Juiz das Execuções Penais de Campina Grande, Fernando Brasilino Leite. De acordo com a Seap, o objetivo é preservar a integridade física da detenta e evitar a ocorrência de novos incidentes. “Foi uma medida de segurança, decidimos trazê-la para João Pessoa por que havia o registro de um desentendimento em dias anteriores e o contexto já era de difícil convivência”, afirmou o Coronel Arnaldo Sobrinho, Gerente de Planejamento, Segurança e Informação (Geplasi) da Secretaria.
A medida foi tomada também para evitar que Aline Queiroz sofresse algum tipo de represália das companheiras de cela.
Segundo as investigações, ela esteve envolvida numa confusão com as duas detentas que morreram na tragédia. Thamires Faustino Pianês, de 26 anos, e Ionelli da Silva, de 22 anos foram acusadas de agredir a detenta e por isso foram encaminhadas para a cela do isolamento, onde o incêndio começou. As duas morreram carbonizadas, enquanto as outras quatro detentas feridas passaram mal após inalar a fumaça. O motivo da briga ainda não foi revelado.
Segundo a Polícia Civil, a direção do Presídio apresentou em depoimento a suspeita de que as duas detentas teriam ateado fogo nos colchões para chamar a atenção, como forma de protesto por terem sido punidas com o isolamento. O fogo então teria se alastrado, fugindo do controle. A tragédia aconteceu no início da tarde da última quinta.
Apesar da versão apresentada pela direção, a Seap informou que só vai se pronunciar oficialmente sobre as causas do incêndio após a divulgação do laudo do Corpo de Bombeiros. A perícia foi realizada na manhã de ontem e a conclusão deve sair em até sete dias.
PRESAS PELA PF
A detenta transferida ontem para João Pessoa e uma das mulheres que morreram no incêndio foram presas juntas numa Operação da Polícia Federal realizada em junho de 2010 no Bairro do Bodocongó, em Campina. Elas foram flagradas com 14kg de crack, juntamente com outra mulher e dois homens. Aline Queiroz é natural de Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul, de onde trazia a droga. Já Thamires Pianês é natural de São Paulo e também integrava o esquema.
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